A Folha apurou que a gerência do banco confirmou para a polícia o desaparecimento de dinheiro do cofre, mas preferiu não revelar o valor. Independente do valor furtado, com a confirmação do sumiço de dinheiro do local, a polícia abriu investigação para apurar o crime de furto qualificado. A delegada Darlinda de Moura, que está à frente da ação policial, informou que depois de serem ouvidas várias pessoas entre funcionários e clientes, foi possível constatar que a informação inicial de que naquela manhã estava ocorrendo um assalto dentro da agência, não passou de especulações das próprias pessoas que estavam no banco.

De acordo com o que os agentes apuraram, a agência bancária seguia seu trâmite natural atendendo aos seus clientes, quando por volta das 10h24, horário de programação para abertura do cofre, onde fica guardado o dinheiro do banco, ocorreu uma explosão de um rojão, dentro da instituição bancária, para ser preciso, no banheiro que fica ao lado do cofre. Logo depois da explosão, os clientes e funcionários entraram em pânico e começaram a gritar dizendo que era um assalto, ao mesmo tempo em que se aglomeraram na porta giratória tentando sair do prédio. Durante o tumulto, um dos seguranças do banco teria ainda efetuado dois disparos com sua arma no vidro do prédio na tentativa de quebrar e ajudar a dispersar as pessoas que tentavam sair pela porta giratória.

No entanto, o vidro não quebrou e o barulho dos tiros deixou as pessoas mais apavoradas e ao mesmo tempo imaginavam que estava ocorrendo um tiroteio com os supostos bandidos, o que reforçou a notícia de assalto no banco, porém diante do tumulto criado no local com a explosão, o ladrão aproveitou para retirar o montante do cofre que ficou aberto.

Diante da situação inusitada, policiais militares e civis do município foram para o local e ficaram do lado de fora, aguardando que os supostos bandidos saíssem do banco. Surgiu ainda notícia de que havia inclusive reféns em poder dos assaltantes. A delegada por sua vez informou que já havia pedido reforço policial do município de São João da Baliza e de Boa Vista. Também devido ao suposto assalto já havia solicitado o fechamento da barreira policial no Jundiá, para evitar que os supostos bandidos saíssem do estado, tudo em vão, já que pouco tempo depois o mal entendido foi desfeito.

Passado o tumulto, a polícia iniciou a investigação do furto no banco e constatou que praticamente todas as câmeras de filmagem instaladas no prédio do banco não estavam funcionando, inclusive a câmera que fica direcionada ao cofre. A Folha apurou que apenas uma câmera estava funcionando, mas as imagens não ajudaram a polícia. O prédio passa por reformas, motivo que resultou no desligamento das demais câmeras de filmagem.

A polícia trabalha com a hipótese de que o ladrão sabia do problema no circuito de segurança do banco, como também do horário e planejou com exatidão o crime praticado com sucesso. Até o fechamento da matéria, às 18h, as policias Civil e Militar do município não haviam encontrado nenhum suspeito do furto. Quem tiver alguma informação que ajude a polícia esclarecer o caso e localizar o ladrão e o dinheiro deve ligar para os telefones 0800 95 1000, 197 e 190.

OUTROS BOATOS – Depois do suposto assalto no Banco do Brasil, outros boatos surgiram na cidade, falando sobre novos supostos casos de assaltos em outra agência bancária – Bradesco e na casa lotérica também de Rorainópolis. Os policiais foram nos dois locais e novamente constataram que não havia passado de boatos. Ainda no dia de ontem outra notícia de crime movimentou as polícias daquele município, desta vez o boato era de que um carro forte teria desaparecido.

Com relação a este novo fato, a delegada Darlinda Moura fez contato com os policiais que atuam na barreira do Jundiá para que interceptassem o carro-forte caso tentassem sair do estado. Minutos depois o veículo chegou ao posto do Jundiá e quando os policiais a abordagem constataram que estava tudo normal, porém diante do boato, os policiais escoltaram o carro até Rorainópolis.

Garotos confessam ter jogado bomba em banco

No final da tarde de ontem, horas depois da explosão de uma bomba no banheiro da agência do Banco do Brasil, na sede do Município de Rorainópolis, provocando um tumulto generalizado e boatos diversos de assalto com reféns e roubo de dinheiro do local, os agentes da Delegacia de Polícia Civil do município esclareceram o caso. Segundo fontes da polícia, tudo não passou de uma brincadeira de mau gosto de quatro garotos, com idades entre 11 e 14 anos.

Os garotos foram localizados e ao serem ouvidos pela delegada, na presença de familiares, confessaram ter sido eles quem jogaram uma bomba “catolɔ no do banheiro do banco pela manhã. Com eles, os agentes apreenderam outras três bombas iguais a que estourou no banco.

Eles contaram que furtaram as bombas na quinta-feira em um comércio da cidade e pretendiam jogar as bombas na escola onde estudam. A peripécia seria em represália a diretora da escola, mas ao chegaram ao colégio ontem pela manhã, descobriram que não teria aula.

De acordo com a polícia, a escola fica próxima do prédio do banco e segundo contaram os garotos, quando eles retornavam para suas casas e passavam por trás do banco, viram o portão do muro de trás do prédio aberto e decidiram entrar para jogar a bomba no local, momento em que através do basculante do banheiro que estava aberto, jogaram uma das bombas no vaso. Segundo contaram, um dos garotos subiu nas costas de outro e assim alcançou o basculante. Depois os quatro saíram correndo e foram cada um para suas casas.

DINHEIRO – Com a apreensão dos garotos que confessaram ter jogado a bomba no banco, a notícia de que depois da explosão foi constatado que havia desaparecido dinheiro do cofre, não foi confirmada para a polícia. Uma fonte da polícia local informou que a notícia do sumiço do dinheiro foi dada pelo próprio gerente da agência e o caso também será investigado pela Polícia Federal.