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Após roubo de R$ 1 milhão, vigias de carros-fortes protestam em Ribeirão

Categoria diz que revólveres calibre 38 são ineficazes diante das quadrilhas.
Na sexta-feira (7), grupo roubou veículo, matou motorista e feriu outros dois.

Cerca de 50 seguranças realizaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (10) em frente à sede da empresa de transporte de valores Protege, no bairro Santa Cruz, em Ribeirão Preto (SP), reivindicando mais proteção e melhores condições de trabalho.

A decisão de realizar o ato foi tomada depois que uma quadrilha explodiu um carro-forte eroubo R$ 1 milhão que estavam sendo transportados na Rodovia Abrão Assed (SP-333), em Cajuru (SP), na última sexta-feira (7). O motorista do veículo foi morto com um tiro na cabeça em confronto com os ladrões. Outros dois seguranças ficaram feridos.

Procurada pelo G1, a Protege informou que cumpre com as determinações da Polícia Federal, responsável pela regulação da atividade de segurança privada, e que “todos os carros blindados e armamentos utilizados para prestação de serviços passam por vistorias periódicas e são aprovados pelo referido órgão.”

“É um sentimento de revolta, a sensação de insegurança é muito grande. A gente está pensando duas vezes se prossegue ou não nesse trabalho. Quem entrou, lógico que sabe o risco que é, o que é transportar valores, mas o momento está muito delicado e a gente não vê uma saída”, disse o vigilante Josimar de Souza Silva.

A reclamação é compartilhada pelo segurança Fábio de Miranda Santos, explicando que os carros-fortes são escoltados por dois homens em um automóvel sem blindagem e usando revólveres calibre 38. Segundo ele, esse tipo de armamento é insuficiente para enfrentar as quadrilhas. Na última sexta, a quadrilha possuía metralhadoras ponto 50, utilizadas normalmente em guerras.

“Enquanto em um segundo ele [o ladrão] atinge você com dez tiros, a gente tem um segundo para apertar o gatilho. Eles são muito mais rápidos. A gente não corre perigo só no trabalho, é 24 horas por dia. Não temos respaldo nenhum. A gente precisa de uma escolta mais eficaz”, afirmou Santos.

Categoria reclama que armamento usado é ineficaz no enfrentamento com os ladrões (Foto: Paulo Souza/EPTV)

Categoria reclama que armamento usado é ineficaz no enfrentamento com ladrões (Foto: Paulo Souza/EPTV)

O segurança Glauber Alexandre Santos disse que todos os funcionários da Protege têm consciência do alto risco a que estão expostos diariamente. Entretanto, de acordo com ele, as condições de trabalho poderiam ser melhores. Glauber citou, por exemplo, que as equipes que transportam valores poderiam ser compostas por mais homens e os carros-fortes deveriam ser mais protegidos.

“Está difícil trabalhar. Nós saímos para trabalhar e não sabemos se vamos voltar para casa. Estamos todos abalados com a morte do nosso companheiro”, disse Glauber, em referência ao motorista Wladimir Martinez, de 49 anos, baleado e morto na ação de sexta-feira. “O poder de fogo é muito alto. Nós não temos como combater, não temos como trocar tiros com eles”, disse.

Ainda segundo Glauber, os seguranças que transportam valores têm autorização da Polícia Federal para usarem armamento pesado, mas trabalham, geralmente, com revólveres calibre 38, que possuem apenas seis baladas. “É uma questão de custo. Nós precisamos de armas melhores e condições de trabalho melhores”, concluiu.

Os funcionaram permaneceram em frente à sede da empresa, na Rua Humaitá, por cerca de duas horas e meia, reivindicando uma reunião com os diretores da Protege. A exigência, no entanto, não foi atendida.

O carro-forte ficou completamente destruído durante a ação da quadrilha (Foto: Paulo Souza/EPTV)

Carro-forte ficou destruído após ação da quadrilha na Rodovia Abrão Assed (Foto: Paulo Souza/EPTV)

Fonte: G1




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