Em um dos processos vencidos pelo Itaú, em abril, o banco deixou de pagar R$ 25 bilhões em Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A instituição, ao se unir com o Unibanco, foi acusada de aferir ganhos de capital sobre os quais não pagou os dois tributos.
O ex-relator do caso, Carlos Figueiredo Neto, foi preso, em 2016, durante um desdobramento da Operação Zelotes, desencadeada pela Polícia Federal para apurar casos de corrupção envolvendo integrantes do Carf e empresas investigadas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele cobrou propina do banco para livrá-lo da dívida.
Sonegação é duas vezes maior que o rombo de R$ 159 bilhões projetado por Temer
Apesar de o volume de recursos sonegados no país ser estimado em R$ 330 bilhões este anos, até este 20 de agosto – em média, seriam sonegados R$ 18 mil por segundo, segundo o Sindicato Nacional de Procuradores da Fazenda (Sinprofaz) – tanto as ações da Zelotes quanto os trabalho da CPI criada para investigar o Carf, em 2015, acabaram abafados. Nenhuma suspeita envolvendo grandes bancos, montadoras, empreiteiras e até empresas de comunicação (como a RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul) ganhou minutos no Jornal Nacional, capas de revista ou manchetes de jornais.
Os outros R$ 2 bilhões relativos ao processo do banco Santander, por aproveitamento indevido de ágio na compra do antigo Banespa. A cobrança inicial era de R$ 4 bilhões, mas caiu pela metade.
Mais perdão?
O Itaú também aguarda a oficialização de mais R$ 775,8 milhões perdoados. Em julho, o Carf livrou o banco de pagar a dívida fiscal. Ele era acusado de cometer irregularidades na distribuição de juros sobre capital próprio.
Outro banco também pode ter mais dívidas perdoadas. O Santander também venceu outro processo no conselho, no valor de R$ 338 milhões. A acusação era de que a instituição, ao comprar o Banco Sudameris pelo Grupo ABN, em 2007, também herdaria o processo de não pagamento do IRPJ e CSLL.