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Tecnologia e mudanças na lei são armas para conter assaltos a caixas eletrônicos e saidinhas de banco

Segurança Bancária

O aumento no número de casos de assaltos a caixas eletrônicos e “saidinhas” de banco preocupam autoridades, empresas e representantes de funcionários de instituições financeiras do país. Para tentar reduzir os crimes, projetos em todo o país apostam na mudança da legislação e uso de tecnologia.

Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), o número de assaltos a agências caiu 77,93% entre 2000 e 2009 –de 1.903 casos para 420. Porém, nesse período outros tipos de crimes se tornaram mais comuns, como a explosão de caixas eletrônicos e assaltos a pessoas que efetuam saques nas agências bancárias, que ficaram conhecidas com “saidinha”.

“Com os sistemas de segurança das agências mais eficazes, dificultando as ações dos criminosos, há uma tendência de que os bandidos migrem para outros tipos de delitos”, informou a Febraban em nota ao UOL Notícias.

Os bancos afirmam que vêm aumento o investimento em segurança nas agências. Em 2009, a Febraban informou que foram investidos R$ 7,5 bilhões em segurança –150% a mais que o valor investido em 2003. Mas os investimentos protegeram apenas as agências e “esqueceram” de clientes e caixas eletrônicos.

Tecnologia contra roubo a caixas
A tecnologia também é uma aposta para combater os roubos a caixas eletrônicos no país. Pernambuco foi o primeiro Estado brasileiro a aprovar e autorizar testes para instituições financeiras do Sistema Inteligente de Proteção para caixas automáticos, conhecidos como malotes eletrônicos.

De acordo com o desenvolvedor do projeto nacional, o brasileiro radicado na Bélgica Paulo Vieira, o modelo já é adotado em alguns países europeus e reduziu a incidência de ataques a caixas eletrônicos. “Todos os países que adotaram sistema estão satisfeitos. Com a solução tecnológica fica claro que o problema não é da polícia, mas sim dos bancos, que não investiram o suficiente”, afirmou.

Segundo o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damásio, o projeto está sendo analisado. “Nós fizemos alguns estudos de propostas apresentadas e acatamos a sugestão. Definimos esse tipo de malote pode ser eficaz. Nós recomendamos, e os bancos estão fazendo testes. Se funcionar, esse tipo de tecnologia pode zerar assaltos a caixas eletrônicos, já que o dinheiro seria inutilizado, nenhum bandido iria tentar”, explicou.

A Febraban confirmou ao UOL Notícias que os primeiros testes com os malotes inteligentes foram feitos no Recife, mas ainda não há uma definição sobre a eficácia e utilização em série da tecnologia. “É uma tecnologia ainda embrionária e que está sendo analisada”, informou.

Para o presidente do Colégio Nacional de Secretários de Estado Segurança Pública, Gustavo Gominho, outro ponto importante para acabar com os assaltos a caixas eletrônicos é mudar a legislação. “Virou moda explodir caixa eletrônico com dinamite, e acreditamos que passar a responsabilidade da fiscalização desses casos –hoje na mão do Exército– para os Estados é importante para conter os crimes”, afirmou.

“Saidinhas” de banco na mira
Para tentar conter os assaltos após saques em agências bancárias, alguns municípios, como Salvador e Rio de Janeiro, proibiram o acesso dos clientes com aparelhos celulares. Os resultados da medida ainda estão sendo analisados.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), a medida não é eficiente e outras medidas seriam mais eficazes.

No último dia 19, um projeto de lei municipal foi proposto pelas confederações, em Belo Horizonte, para tentar reduzir o número de ocorrências. O projeto prevê a criação de portas giratórias com detectores de metais antes do autoatendimento; câmeras com monitoramento externo nas áreas de circulação de clientes nos bancos; vidros blindados nas fachadas externas; divisórias opacas e individualizadas, com altura de dois metros entre os caixas, inclusive nos caixas eletrônicos; e biombos com altura de dois metros entre a fila de espera e os caixas das agências e terminais de autoatendimento, com observação dos vigilantes e controlados por câmeras.

Mas as propostas não agradam à Febraban. “Os biombos aumentam a insegurança dentro da agência por dificultar a vigilância. [Eles] tendem a criar pontos cegos, onde podem ocorrer ou ter início ações indesejáveis, às quais o vigilante não terá acesso a menos que se desloque de sua posição.”

Outro ponto questionado é o uso de câmeras externas. “A eficácia é questionável, na medida em que boa parte dos crimes de saidinha de banco ocorre longe do ambiente das agências”, afirmou a Febraban.

Para os vigilantes, itens como a obrigatoriedade no uso de colete à prova de balas, uso de arma de fogo não-letal, escudo de proteção, além da proibição ao vigilante de exercer qualquer outra tarefa que não seja a de segurança, são importantes.

Fonte: UOL Notícias




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