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Proibir uso de celular nos bancos não impede visualização dos saques

Saidinha de banco

A proibição do uso de celulares nas agências e postos de atendimento não impede a visualização dos saques em dinheiro dos clientes e a prática do crime de “saidinha de banco”. A avaliação é Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT, que critica as leis aprovadas em algumas cidades, como Salvador, Belo Horizonte, Campinas e Franca, e o projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo.

A proposta, de autoria do deputado estadual Fernando Capez (PSDB), não previne a ocorrência do crime de “saidinha de banco”, pois proibir o uso de celular não evita que terceiros possam visualizar as operações nos caixas. “A medida é inócua e viola o direito do cidadão”, apontou o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

“O celular é hoje um importante meio de comunicação para os clientes, enquanto perdem tempo precioso nas intermináveis filas espera por falta de funcionários, bem como virou um instrumento de trabalho aos bancários para contatar clientes e usuários”, salientou Ademir. “Imagine ainda deixar, por exemplo, um médico incomunicável quando vai ao banco”, alertou.

A proibição do uso de celulares já foi objeto de discussões em vários encontros de bancários e vigilantes, nunca sendo aprovada como reivindicação para combater a “saidinha de banco”. A medida também não integra o modelo de projeto de lei municipal lançado em conjunto pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV).

Para o dirigente da Contraf-CUT, “a solução passa pela ampliação dos equipamentos de segurança nos bancos, cujos lucros astronômicos permitem mais investimentos, e pela melhoria da segurança pública, o que também é possível”.

Ampliar equipamentos de prevenção

A “saidinha de banco” é um golpe que começa dentro das agências, sendo consumado quando o cliente saca dinheiro e é abordado pelos ladrões no estacionamento, na calçada ou na rua.

“Já ouvimos de alguns bancos que esse crime é um problema de segurança pública, o que é uma tentativa de tapar o sol com a peneira”, comparou o diretor da Contraf-CUT. “Os bancos precisam fazer a sua parte, através da ampliação de equipamentos de prevenção, instalando divisórias individualizadas entre os caixas, e biombos entre as filas de espera e os caixas”, propôs o dirigente sindical, como forma de garantir privacidade, sigilo e segurança nas transações.

“Além disso, defendemos portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras de filmagem em todos os espaços de circulação de clientes, calçadas e áreas de estacionamento, e vidros blindados nas fachadas externas”, ressaltou Ademir.

A vida em primeiro lugar

A “saidinha de banco” provocou 9 das 23 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2010 em todo país, conforme pesquisa feita pela Contraf-CUT com base em informações publicadas na imprensa. “A proteção da vida das pessoas precisa ser colocada em primeiro lugar”, concluiu Ademir.
Fonte: Contraf-CUT




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