O Centro de Paulínia amanheceu sob ameaça na manhã desta terça-feira, dia 16. Uma quadrilha de homens armados criou um cenário de filme de ação ao assaltar R$ 30 mil da agência do banco Itaú, após ter rendido a gerente, seu filho, o vigia e depois empreender fuga com direito a tiroteio com a Guarda Municipal e trocar cinco vezes de carro pelas ruas da cidade.
A quantia em dinheiro só não foi maior devido ao sistema de liberação fracionada de dinheiro e o comunicado à GM ter sido registrado logo no começo do assalto por clientes da agência que conseguiram se comunicar com uma pessoa que passava pelo lado de fora, alertando sobre o roubo.
Há suspeita de que um membro da quadrilha tenha sido baleado, mas ninguém foi identificado ou preso. Após a ocorrência, a polícia encontrou dentro da agência, 21 folhas deixadas para trás pelo bando, contendo fotos das residências de funcionários do banco e informações sobre a rotina de funcionamento do local.
Conforme reportagem publicada pelo site Paulínia Extra, a quadrilha rendeu em casa, por volta das 7h30, a gerente Tânia Regina Moreira da Silva, 46 anos, e seu filho, em Campinas. Depois, passou no bairro de Betel, já em Paulínia, para render o vigia da agência, Reginaldo Aparecido da Silva, 34 anos.
Enquanto a gerente foi obrigada a entrar na agência com três assaltantes, seu filho ficou com outros bandidos armados numa Pálio Weekend preta em frente à agência. O vigia ficou rendido em outro carro, um Santana também preto.
O tiroteio começou logo em seguida, com a Guarda Municipal recebida a tiros quando os ladrões saíam do banco. O bando entrou num veículo Prisma de cor prata. Na perseguição com troca de tiros e de material para furar os pneus das viaturas, o carro acabou abandonado na Rua Miguel Jorge, onde os bandidos entraram em outro Prisma com as mesmas características.
No local, ficaram munições de calibre 9 mm, 380 e 38 e um veículo Honda Civic de uma moradora também foi atingido.
A Pálio usada pelos bandidos foi encontrada abandonada no bairro Monte Alegre II, onde uma moradora informou que avistou vários indivíduos entrarem em outro veículo preto, que ela não soube precisar a marca. Os veículos abandonados foram recolhidos e as placas eram adulteradas.
De acordo com a gerente, os ladrões estavam bem vestidos, um até usava terno, e o tempo todo eles se comunicavam por intermédio de rádios portáteis. A todo o momento, disse ela, os ladrões diziam que se tudo desse certo não machucariam ninguém, mas que se houvesse necessidade, eles o fariam.
“Que falta faz o monitoramento que a gente tanto cobra”, reforça Wilson Machado
Presidente da Acip acredita que além de inibir ações criminosas como o assalto ao banco, o monitoramento seria essencial para impedir a fuga. “Se não tivesse evitado, poderia ter resolvido”, avalia Wilson Machado, presidente da Acip (Associação Comercial e Industrial de Paulínia), sobre a instalação de câmeras de monitoramento numa situação de emergência como a que ocorreu no Centro da cidade na última terça-feira, dia 16, no assalto ao banco Itaú.
Como presidente da Acip, Wilson Machado já cobrou a Administração diversas vezes nos últimos dois anos sobre a implantação do projeto planejado já aprovado no governo do prefeito Edson Moura (PMDB). “Os comerciantes estão cada vez mais inseguros, mas o atual governo não quer dar o braço a torcer. É inadmissível uma cidade como Paulínia passar por um caos como foi este, colocando não só o comércio, mas a vida das pessoas em risco”, disse.
De acordo com o sargento da Polícia Militar, Paulo Camargo, o sistema de monitoramento por câmeras conforme foi planejado, abrangendo os pontos principais da cidade em sua totalidade, realmente seria importante para auxiliar o trabalho policial. “Faria muita diferença, porque poderíamos ter avaliado muito rapidamente o local antes de chegarmos lá e porque mesmo na possibilidade de fuga, saberíamos exatamente para onde fugiam os ladrões, o que facilitaria ainda numa solicitação de reforço direcionada com precisão”, comenta.
O sargento Camargo reforça ainda, que a instalação de câmeras de monitoramento na região central de Paulínia, seria, inclusive, uma ação para evitar a onda de furtos a veículos nas ruas adjacentes até a região do Hospital. “Enquanto isso, o que a gente vê acontecer é o preço do seguro automotivo ficar mais caro para a população de Paulínia. Não instalar o monitoramento em Paulínia, é o tipo de economia porca que não se reverte em segurança para a população”, completa o presidente da Acip, Wilson Machado.
Fonte: Portal Tribuna – Paulínia/SP