O mercado ilegal de segurança privada no Paraná é três vezes maior que o número de empresas autorizadas pela Polícia Federal. Estimativa do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp-PR) aponta que a proporção é de três vigilantes clandestinos para um legalizado.
No Estado, há cerca de 100 empresas com registro na PF.
Para se tornar vigilante é preciso ser brasileiro, ter 21 anos, não ter antecedentes criminais e frequentar curso de formação em escola reconhecida pela Polícia Federal. Mas ter só o curso básico não libera o vigilante para trabalhar armado.
“O vigilante só tem direito ao porte de arma em serviço se for registrado em empresa de segurança privada”, explica o presidente do Sindesp-PR, Maurício Smaniotto. “Só o fato de ter feito o curso básico e não ter vínculo com a empresa não lhe dá o direito de usar arma em serviço.”
Quem autoriza a prestação dos serviços de segurança privada é a Polícia Federal e a legislação é rigorosa. As empresas precisam ter capital social integrado de pelo menos 100 mil UFIRs (R$ 105 mil) e apresentar certidões negativas criminais dos diretores. A lei obriga também vigilantes a passar por curso de formação para obter a Carteira Nacional de Vigilante.
Segundo o sindicato, os trabalhadores ilegais geralmente atuam como vigilantes de estabelecimentos de pequeno porte, como farmácias e postos de combustíveis, além de fazer rondas em bairros. Quem contrata um vigilante clandestino expõe o próprio patrimônio a riscos.
“Você não conhece quem está prestando o serviço. Essa pessoa pode facilitar um roubo e trabalhar com arma clandestina”, alerta Smaniotto.
Para o presidente o Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança de Maringá e Região, José Maria da Silva, a preferência pelo profissional sem registro tem explicação no preço pago ao trabalhador, que corresponde à metade do piso salarial da categoria, hoje em R$ 1,2 mil.
“O empresário prefere ter o clandestino porque paga uma miséria para o trabalhador e não recolhe impostos”, argumenta o presidente. “O grande problema é que o trabalhador ilegal não sabe se defender, não sabe atacar um bandido quando precisa e nem fazer os primeiros socorros. É por isso que ele custa pouco, mas o serviço prestado não é o mesmo do que o do legalizado”.
Confira
Para saber se a empresa de segurança privada que você vai contratar tem autorização da Polícia Federal para funcionar, basta acessar o site
www.dpf.gov.br, clicar em ‘Segurança privada’ e digitar o CNPJ da empresa.
Fonte: O Diário – Maringá