É fato: em alguns condomínios de Aracaju, qualquer pessoa entra como se fosse morador. Basta dar uma buzinada na portaria ou acenar para o vigilante que o portão é aberto generosa e descuidadamente. E isso traz uma série de riscos aos moradores, que ficam expostos à entrada de estranhos no residencial. E é ruim para o próprio condomínio, já que põe em xeque sua imagem de local seguro.
Segurança, aliás, é o motivo principal da existência das guaritas e de seus vigilantes. Ambos funcionam como uma proteção a todo o patrimônio humano e material que aqueles muros guardam. Por isso, é fundamental ter profissionais qualificados e treinados frequentemente para a função.
Para a consultora de Vendas Keila Moura, que mora no Residencial Recanto do Poxim, no Bairro Jabotiana, contar com bons profissionais na portaria faz de fato com que ela se sinta mais segura. Keila mora no condomínio há dois meses – desde que ele foi entregue. Mas só há cerca de uma semana, os profissionais foram substituídos. “Antes, eram pessoas da própria construtora que acumulavam função. Não eram porteiros mesmo”, explica Keila Moura.
Portarias devem funcionar como blindagens
Tudo bem que Aracaju ainda é uma cidade tranquila e que as portarias não precisam parecer ou ser um arsenal de guerra. Porém, a maioria dos prédios da cidade oferece serviços ineficazes. O motivo? Falta de mão de obra qualificada para a função. Segundo Ricardo Santos, encarregado do Residencial Recanto do Poxim, geralmente, nos primeiros meses, a construtora disponibiliza pessoas de outras áreas para tomar conta da portaria.
“Depois é que a empresa contratada começa a administrar o residencial, colocando pessoas treinadas para exercer a função”, esclarece Ricardo. De acordo com ele, lá no Recanto do Poxim, também foi assim. Só algum tempo depois da entrega é que a guarita foi ocupada por profissionais específicos. Segundo Ricardo, a medida visa a dar mais segurança para os moradores.
De fato, a moradora Keila Moura se sente melhor agora. “Eles não deixam mais as pessoas entrarem sem que a gente autorize. Antes, qualquer um entrava aqui”, afirma Keila, que é consultora de Vendas. Ela revela que, além da substituição dos profissionais, o condomínio também adotou uma medida simples, mas muito importante: todo morador tem o carro identificado com um adesivo, o que facilita – e muito – o acesso ao residencial.
SEGURANÇA
Para Ricardo, a medida é muito válida, porque, dessa forma, qualquer veículo que não tenha o adesivo será proibido de entrar no condomínio – afinal, o porteiro não consegue decorar o carro de cada morador. “A recomendação passada aos porteiros agora é de que sempre interfonem para o morador e só permitam a entrada se ele autorizar”, explica. E a determinação está sendo seguida – e é assim, em parte, em todos os condomínios.
Vanilton Lima, responsável pelo Setor de Condomínios da Administradora Multserv, afirma que os serviços da portaria dependem também do próprio perfil do trabalhador. “Ele precisa estar sempre bem vestido e limpo, ser educado, atencioso e cordial. E os profissionais sergipanos só se enquadram nesse perfil quando são preparados”, define Vanilton Lima.
De acordo ele, o fato de a portaria ser um dos lugares mais vulneráveis de um condomínio faz com que o profissional precise cumprir de maneira rígida as regras de segurança, como guardar sigilo sobre as rotinas do residencial. Isso dará muito mais segurança aos moradores. “Ele também deve saber abordar de forma delicada e com educação e ficar atento às movimentações internas e externas”, pontua Vanilton. Em contrapartida, de acordo com ele, o erro mais comum de um porteiro é a falta de atenção nas rotinas diárias.
Segundo Vanilton, a Multserv possui cerca de 20 profissionais que atuam nessa área e todos recebem treinamentos sempre que necessário. Mas o que é preciso para ser um bom profissional de portaria? “Os requisitos principais são curso de porteiro, ensino médio completo e aptidão para o cargo”, diz. Entre as suas atribuições, está a de identificar sempre o visitante, se possível, anotar todos os dados dele em livro próprio. Dessa forma, os moradores estarão bem mais seguros.
Fonte: Cinform – Aracaju/SE