A cada reajuste do salário-mínimo nacional a choradeira dos prefeitos é a mesma. Assim como todo ano tem a marcha dos prefeitos a Brasília, anualmente também tem as queixas por conta do que o novo valor do salário mínimo vai representar para os cofres das prefeituras. Neste ano, tem ainda outro reajuste, do piso salarial nacional dos professores do ensino básico, justamente o setor bancado em boa parte pelos municípios. O problema é que os dois novos reajustes podem levar as prefeituras paranaenses a estourar o limite de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Conforme a lei, as prefeituras podem gastar no máximo 60% da sua receita corrente líquida com a folha de pagamento. O presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP) e prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha (PPS) é quem alerta para a questão. Conforme estimativa da CNM, Confederação Nacional dos Municípios, Samaha calcula que em torno de 30% das prefeituras paranaenses (cerca de 120 municípios), poderão ter que decidir entre extrapolar o limite da LRF – com as sanções previstas – ou não pagar o reajuste. === ACIMA DA LEI ====== De acordo com a CNM, no Brasil todo o aumento na folha de pagamento pode extrapolar o limite da LRF em 1,5 mil municípios. Como sempre, nas menores cidades o problema é maior. É o que confirma o presidente da AMP sobre isso ocorrer em especial nas pequenas prefeituras. == NO PARANÁ== No Paraná, são as menores cidades, 70% do Estado, que dependem do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A principal fonte de receita dessas cidades são os repasses do FPM, que não vão aumentar por causa dos novos salários. Dos 399 municípios paranaenses, 209 (52% do total) têm até 10 mil habitantes e se enquadram nesse caso. == RICHA 2012=== Do governador Beto Richa (PSDB): “Meu compromisso maior é com o Estado, mas participarei na medida do possível da campanha eleitoral, principalmente nos maiores municípios. Dá para tirar uma foto, gravar uma participação em programa de TV, mas sem prejudicar a agenda como governador”. =TIROTEIO== São incansáveis e não tiram férias das redes sociais o senador Roberto Requião (PMDB) e o deputado federal André Vargas (PT). Ao menos para trocar farpas entre si, eles se mantém online. No Twitter Requião torpedeou novamente o apoio do PT a candidatura do ex-deputado Gustavo Fruet (PDT) à prefeitura de Curitiba. == CURTO E GROSSO=== O senador postou ontem que seria mais coerente o PT apoiar a reeleição do atual prefeito Luciano Ducci, já que ele é do PSB, partido que integra a base do governo Dilma no plano federal. Ao que o deputado petista retrucou: “O cidadão Roberto Requião só sabe receber apoio. Não cuida do PMDB e ainda se acha no direito de opinar acerca das ações do PT”. E ontem ambos tiveram de ir no mesmo vôo para Brasília. == TRUCO === Se era um blefe, funcionou. Aquele protesto todo programado pelos sindicatos que representam policiais civis da capital e do interior para o próximo dia 24, pode ser adiado. A categoria faria manifestação pela aprovação do novo estatuto, feito em conjunto com o governo do Estado. == PARA DECIDIR ===== Assembléias ontem em Curitiba e Londrina iriam decidir se a manifestação do dia 24 fosse transferida para 08 de fevereiro. De acordo com o presidente do Sinclapol, André Gutierrez, o pedido de prorrogação de quinze dias partiu do secretário de Segurança Pública do Estado, Reinaldo de Almeida César. == A BRONCA== Os policiais querem melhores salários e reclamam da falta de atualização do estatuto, que trata do plano de modernização da polícia e também atende a questão salarial. Eles reclamam ainda das condições de trabalho. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que está em negociação com a categoria. Na ativa são 4 mil policiais civis no Paraná. == REFLEXO… ==== Enquanto o governo Richa enfrenta descontentamento sério na Polícia Militar em função dos salários e agora também com os policiais civis, o que pode ser um reflexo desse problema, na criminalidade: dez caixas eletrônicos já foram alvos de criminosos em Curitiba e RM nos primeiros 15 dias de 2012. E as ações estão cada vez mais ousadas e perigosas. ==NO CRIME=== O sindicato dos Vigilantes do Paraná aponta a causa: falta de segurança pública para inibir esse tipo de crime. Gente de fora tem vindo para o Paraná assaltar caixas eletrônicos. A polícia suspeita de quadrilhas de São Paulo agindo aqui, além da ‘prata da casa’. E não é de agora, a média mensal de ataques a esses caixas é de cinco ao mês. A Delegacia de Furtos e Roubos diz que não é fácil identificar os criminosos.
Fonte: Jornal Impacto Paraná – Curitiba/PR