As reclamações dos clientes e usuários não param na agência de Taguatinga Centro do Banco do Brasil, no Distrito Federal. Ali é crítico o problema da falta de funcionários. Para protestar, os bancários paralisaram a unidade durante todo o dia nesta quarta–feira (20).
A atividade integrou o Dia Nacional de Luta no BB, que em Brasília também contou com paralisações das agências da W3 Sul e Norte até as 13h e com manifesta-ção na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul.
Várias pessoas que passaram pelo local e que utilizam a agência rotineiramente apoiaram o movimento dos bancários pela contratação de mais funcionários. A empresária Regina Alves reclama que já está cansada de encontrar a agência lotada e da demora no atendimento. “Eu sei que a culpa não é dos bancários, mas a gente fica estressada toda vez que chega aqui e a agência está lotada. É o mês inteiro assim. Isso tem que mudar”, fala, indignada.
A aposentada Maria Divina também reclama da falta de pessoal. “Eu tenho mais de 60 anos de idade e sou atendida no [caixa] preferencial, mas mesmo assim fico pelo menos 30 minutos na fila. Minha amiga idosa chegou a ficar duas horas. Parece que o banco não tem nenhuma consideração com a gente”, dispara Maria.
Devido ao ritmo intenso de trabalho e à pressão para o cumprimento de metas abusivas, consequências da dotação insuficiente, muitos bancários da unidade se licenciaram por motivo de estresse. Só em março foram quatro pessoas afastadas. O Sindicato também apurou que os demais bancários estão trabalhando com a saúde debilitada, mas se sentem constrangidos em entrar de licença.
O diretor do Sindicato, Eduardo Araújo, participou da paralisação da agência e confirma o seu funcionamento em péssimas condi-ções de trabalho e de atendimento. “Falta funcionários, inclusive os da Plataforma de Suporte Operacional (PSO). O BB tem que aumentar a dotação do local, que fica em uma região central da cidade, onde a demanda é muito grande. Nossas paralisações são um aviso de que se a gestão do banco não mudar, os bancários vão parar”, adverte Eduardo.Mais segurança e fim da terceirizaçãoVigilantes também participaram das atividades do Sindicato no Dia Nacional de Luta em Brasília. Entre as reivindicações comuns de bancários e vigilantes, e que afetam diretamente também a vida de quem utiliza os serviços das instituições financeiras, está mais segurança nas agências.”Mais segurança nos bancos vai ser melhor para todos. Trabalhadores e população ficarão mais tranquilos e resguardados. Infelizmente vemos várias unidades funcionando sem o número mínimo de vigilantes. Isso é um absurdo e está infringindo as normas de segurança”, denunciou o diretor do Sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF) Francisco Rodrigues, que reforçou o protesto na agência de Taguatinga Centro. TerceirizaçãoOutro problema enfrentado pelos bancários diz respeito à terceirização. O banco tem colocado terceirizados para trabalhar junto com os bancários para exercerem funções semelhantes, fato que não é permitido por lei.Como os terceirizados não recebem o treinamento adequado, muitos não têm o preparo necessário para lidar com itens de segurança bancária, o que vem gerando várias fraudes.”A empresa quer cortar custos e não investe na contratação dos concursados. O BB não chamou nem 10% dos aprovados no último concurso e o resultado disso são agências lotadas e sofrimento com a falta de mão de obra. Muitos bancários também se aposentaram e não foram substituídos”, conclui Eduardo Araújo.
Fonte: Contraf-CUT com Sindicato dos Bancários de Brasília