O posto permaneceu fechado por uma hora. O jovem já tinha ficha na unidade e procurou atendimento porque estava com dor de garganta. Pelo menos 20 pessoas estavam no local na hora do incidente.

O adolescente esteve no posto de saúde duas vezes. Na primeira delas, estava acompanhado da avó e pegou a senha de número 16. “Ela começou a reclamar da demora no atendimento dele. Mas não havia essa lentidão toda”, afirmou a coordenadora da unidade, que pediu para não ter o nome divulgado.

O rapaz, nervoso, tentou entrar na área dos consultórios do posto para ser atendido. Chegou a dar murros na porta e, quando foi repreendido pela vigilante, a ameaçou em voz alta, afirmando que retornaria ao posto para matá-la.

Por decisão da coordenação da unidade, a profissional ameaçada foi escondida em uma sala. Vinte minutos depois, segundo pacientes que aguardavam atendimento, o adolescente retornou com uma arma de fogo em mãos.

Ele chegou a circular pelos corredores em busca da mulher, mas, como alguns pacientes acionaram a polícia, por meio do 190, o adolescente fugiu. O portão principal do posto foi fechado às 9h30 e reaberto para atendimento às 11 horas, quando a segurança foi reforçada.

Sete policiais militares estiveram na unidade de saúde em três viaturas. Buscas foram realizadas no bairro, mas até o fechamento desta edição o adolescente não havia sido localizado pela Polícia Militar.

A Prefeitura da Serra já está se mobilizando para adquirir e instalar equipamentos de videomonitoramento em todas as unidades de saúde do município. O sistema de câmeras seria integrados ao Ciodes e acompanhado em tempo real pela polícia. Segundo o superintendente de Atenção à Saúde, Marcos Alex Silva, o caso de ontem foi um episódio isolado. “Ninguém esperava que isso fosse acontecer”, disse.

Quatro casos de ameaça ou agressão por mês

De janeiro até agosto deste ano, já foram registrados em boletins de ocorrência 27 casos de ameaça e/ou agressão a médicos na Grande Vitória. Uma média de 3 a 4 por mês. Mas, segundo o Sindicato dos Médicos (Simes), ameaças veladas acontecem todos os dias, e não são registradas na polícia por falta de testemunhas.

Por conta disso, o Simes preparou um ofício e enviou ao governador Renato Casagrande, solicitando que seja intensificado o policiamento nas unidades de saúde, “com a finalidade de conter a crescente violência praticada contra médicos e demais trabalhadores”.

O diretor do Conselho Regional de Medicina, Adenilton Cruzeiro, explica que órgão observa em suas fiscalizações a condição de segurança dos funcionários dos estabelecimentos. “Já entramos em várias unidades sem ninguém nos perguntar quem éramos”, conta.

Unidades terão videomonitoramento

A Prefeitura da Serra já está se mobilizando para adquirir e instalar equipamentos de videomonitoramento em todas as unidades de saúde do município. O sistema de câmeras seria integrados ao Ciodes e acompanhado em tempo real pela polícia. Segundo o superintendente de Atenção à Saúde, Marcos Alex Silva, o caso de ontem foi um episódio isolado. “Ninguém esperava que isso fosse acontecer”, disse.