full screen background image

» Quadrilha de falsos vigilantes ataca novamente em Curitiba

A quadrilha de falsos vigilantes voltou a agir em Curitiba exatamente uma semana após um malote de R$ 51 mil ter sido furtado de um mercado no Bairro Alto. O alvo desta vez foi uma lotérica instalada no interior do shopping Palladium, no Portão, de onde os marginais levaram um malote com R$ 170 mil. Como adotaram o mesmo modus operandi e contavam com informações privilegiadas – como horário de entrega dos malotes -, a polícia acredita que os mesmos marginais agiram nas duas ocasiões e não descarta que funcionários da empresa de transporte de valores estejam envolvidos no esquema.

Os dois furtos aconteceram numa segunda-feira, dia provavelmente escolhido por acumular o valor referente ao movimento do final de semana. O boletim de ocorrência do furto à lotérica foi registrado no 8º Distrito Policial, que fica próximo ao shopping, e o crime já está sendo investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). O delegado Rodrigo Brown de Oliveira, titular da DFR aguardava, na tarde desta terça-feira, a entrega das imagens capturadas pelas câmeras de segurança instaladas na lotérica que podem auxiliar na identificação dos bandidos.

Assim como na ação do mercado, três marginais participaram do furto à lotérica, conforme informou o delegado. De acordo com apurado por investigadores, os falsos vigilantes estavam num Peugeot 207 dourado com adesivo da empresa. O carro estava com as mesmas placas do Gol branco usado na fuga do mercado. Por volta das 17h10 – vinte minutos antes do horário do recolhimento do malote – eles entraram no shopping e chegaram a parar o veículo no estacionamento próximo à escada rolante, após passar pela cancela normalmente. Vestidos de uniformes da empresa, coletes à prova de balas e portando crachás e revólveres, os três deixaram o carro (sem ninguém para dar cobertura) e foram até a lotérica seguindo o procedimento padrão adotado por vigilantes acima de qualquer suspeita: dois deles se posicionaram na frente do estabelecimento, enquanto o terceiro foi coletar o malote.

Segundo o delegado, os marginais apresentaram a documentação para recolher o valor, sem despertar desconfiança dos funcionários. Cerca de três minutos depois, sem dar voz de assalto ou mesmo fazer reféns, os ladrões mais uma vez fugiram pela porta da frente do estabelecimento num carro de passeio em vez do carro-forte, normalmente usado no transporte de valores.

Os funcionários só descobriram que haviam sido vítimas de um golpe quando os “verdadeiros” vigilantes se apresentaram para pegar os malotes, o que aconteceu dez minutos depois da saída dos “clones” da lotérica. No caso do mercado, os funcionários descobriram a falcatrua quando telefonaram para a empresa para se certificar da visita dos seguranças. “Os vigilantes não sabem o valor que irão recolher, porque o malote vem lacrado. O lacre só é rompido pela empresa de segurança que faz a conferência do dinheiro. Ou seja, a informação segue do cliente até a empresa de valores”, explica o delegado.

O fato de a quadrilha usar o mesmo modus operandi e saber previamente o horário do recolhimento dos malotes leva o delegado a acreditar que se tratam dos mesmos ladrões. “Estamos cruzando informações para ver se são as mesmas pessoas. Já temos algumas informações que não podemos revelar. Eles fazem todo o teatrinho como se fossem seguranças, têm conhecimento da técnica dos vigilantes e informações privilegiadas acerca dos locais e dos malotes a serem recolhidos, por isso, provavelmente eles têm passagem pela empresa ou contato com alguém de lá. A única coisa que difere nos dois casos é o veículo”, disse o delegado, que qualifica a ação como furto qualificado mediante fraude, já que eles se passam por outra pessoa para subtrair o bem.

Alerta

Com a greve nos bancos, as lotéricas passaram a ser mais visadas pelos bandidos, já que há maior circulação de valores. Por isso, o delegado alerta para os cuidados que funcionários devem ter a fim de evitar que caiam nesse novo golpe. “Primeiro, é importante visualizar o tipo de veículo usado. Não existe recolhimento de valores com carro particular. Também é aconselhável verificar junto à empresa de transporte de valores o nome dos vigilantes encarregados de ir até o local”, recomenda o delegado.

Fonte: Paraná Online – Curitiba/PR



Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *