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» Trio de assaltantes é preso por morte de vigia no Centro

Agora, está confirmado: foram presos os três acusados pela morte do segurança Ivo dos Santos Batista, 24 anos, assassinado na quinta-feira passada durante a tentativa de assalto contra uma joalheria na Rua Santo Amaro, centro comercial de Aracaju. Eles foram detidos entre domingo e ontem em bairros da zona oeste da capital, durante operação feita por policiais da 2ª DM (Getúlio Vargas) e da 3ª DM (Santo Antônio) e confessaram suas participações no crime.
O ex-presidiário Josevan Moreira de Jesus, o Cego, 22 anos, apontado como líder da ação, foi preso enquanto trabalhava na garagem de uma empresa de ônibus no Bairro América. Rafael Santana Reis, o Galeguinho, 19, foi detido no bairro José Conrado de Araújo. Já Carlos André do Nascimento Silva, o Cocoreco, 28, foi encontrado em uma invasão no bairro Veneza. Com os três, estava a arma do crime, um revólver calibre 38, e uma moto Broz de cor vermelha que foi usada no assalto e reconhecida por testemunhas – as mesmas igualmente reconheceram os três presos.
Recebemos outras denúncias anônimas, pelo telefone 190, e duas delas nos chamaram a atenção pela reunião de informações indicando o reconhecimento de dois dos envolvidos. Como um deles, o Josevan, já era conhecido nosso, o trabalho ficou mais fácil e chegamos tranquilamente aos outros dois. O Josevan inclusive nos entregou o local onde a arma estava escondida, embaixo de um colchão, disse o delegado Joel Ferreira, da 2ª DM. A mãe de Cego, Catarina Ivaneide Moreira, também foi presa, por conta de 200 gramas de cocaína, várias cápsulas da droga e uma pequena porção de maconha, achadas com o filho. A Ivaneide é uma conhecida traficante, já vínhamos investigando ela desde a época do Parque dos Faróis (em Socorro), lembra Joel.
Segundo o delegado, os três presos foram interrogados separadamente e houve coincidência nos depoimentos e informações passadas por eles, fornecendo uma linha comum sobre o andamento do crime. O Josevan foi o autor intelectual do crime, pois ele era o único que tinha arma, era o proprietário da moto e demonstrava ter conhecimento do local do assalto. Os outros alegam que foram apenas, de forma coincidente, ajudar no assalto, sendo um pilotando a moto e o outro coletando o material do roubo, explica Joel.
Ainda de acordo com os depoimentos, Cego e Galeguinho entraram na joalheria e anunciaram o assalto. Ivo, que trabalhava em uma loja de roupas vizinha, percebeu o assalto, agrediu Rafael com um soco e tentou dominá-lo. Foi nesse instante que Josevan sacou a arma e deu três tiros pelas costas do segurança – um deles entrou pelas costas da vítima e acertou-lhe o coração, causando sua morte. Nada foi levado e os dois acusados fugiram com Cocoreco, o qual pilotava a moto. A intenção deles era roubar a joalheria, confirma o delegado.

Tumultos – A prisão dos três acusados acabou corrigindo a rota das investigações, alterada depois dos incidentes registrados horas depois do crime. Foi depois da libertação de dois suspeitos que chegaram a ser detidos pela Polícia Militar, mas inocentados por falta de provas. Um deles conseguiu provar que estava trabalhando na hora do crime, chegando apresentar gravações em vídeo e assinaturas de clientes de uma empresa de propaganda. O outro suspeito, um ex-presidiário, não foi reconhecido por pessoas que viram o assalto.
Esta decisão provocou tumultos em frente à 2ª DM e à casa de um dos suspeitos, na Avenida Sete de Setembro, de onde eles só saíram com proteção do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq). Amigos da família do segurança estavam tentando agredir os primeiros acusados e invadir a delegacia. Essa situação poderia ser evitada com diálogo. Essas pessoas que agiram de forma emocional poderiam procurar a delegacia e procurar saber porquê eles foram soltos. Inclusive, eu coloquei esses motivos para a imprensa, afirma Joel, que falou sobre o assunto ao JORNAL DO DIA, na noite de quinta.
O titular da 2ª DM acredita que o tumulto teve a participação de políticos – incluindo um vereador de Aracaju que foi visto no meio da multidão concentrada em frente à delegacia. Houve aproveitamento até político da situação. Já temos várias imagens de pessoas que estavam envolvidas nessa situação. Visualizamos alguns políticos lá e os próprios populares gritaram o nome deles lá. A presença deles lá não é à toa. Um representante do povo que quer ter uma relação de confiança deve procurar a polícia pra saber do que se trata. A omissão também é uma forma de cometer ou dar apoio ao que é errado, adverte Joel, garantindo que os responsáveis pelos incidentes serão identificados e processados. (Gabriel Damásio)

Fonte: Jornal do Dia – Sergipe – Aracaju/SE



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