Um gerente da agência do Bradesco do bairro Cidade Nova, em Santa Bárbara d’Oeste, foi sequestrado com sua família na casa onde mora, na Vila Amorim, em Americana, na noite de anteontem. O objetivo dos bandidos era que o funcionário, de 41 anos, retirasse o dinheiro do cofre da agência e entregasse a eles – havia R$ 400 mil no local, segundo o gerente contou à polícia. A família dele – sua mulher, um filho de 2 anos e seu pai – foi mantida refém enquanto ele ia ao banco. O plano foi frustrado porque a polícia foi comunicada. Os bandidos fugiram.
As vítimas foram liberadas na manhã de ontem. A Polícia Civil investiga a autoria do crime e apura se a quadrilha é a mesma que agiu em março, quando outro gerente bancário foi sequestrado em Americana.
“Há muitas coincidências (entre os dois crimes)”, comentou o delegado Rômulo Gobbi, responsável pelas investigações. Um inquérito foi instaurado ontem no 2° DP (Distrito Policial) de Santa Bárbara para apurar o caso, registrado como extorsão mediante sequestro, cuja pena varia de 8 a 15 anos.
O CASO
O sequestro teve início às 20h30 de quinta-feira, quando o gerente chegou em casa com sua mulher de 32 anos e o filho, de 2. Quando entraram na garagem, as três vítimas foram surpreendidas por dois homens armados com revólveres que também renderam o pai do gerente, de 73 anos, que já estava dentro da residência.
A vítima disse à Polícia Civil que os bandidos afirmaram que nada queriam dele. Eles estavam atrás do dinheiro do banco. Depois de meia hora, as quatro vítimas foram obrigadas a entrar no carro do gerente, um Prisma, e a ficarem de cabeça abaixada, com os olhos vendados por toalhas.
O grupo trafegou por cerca de 40 minutos até chegar a um local que parecia uma chácara, onde foram colocados em um quarto. Os bandidos então retiraram o gerente do quarto e explicaram o plano: queriam que ele tirasse o dinheiro do cofre.
Levado de volta ao quarto, o gerente ficou no local até as 6h45. Depois, com os olhos vendados, foi obrigado a acompanhar dois sequestradores, por 15 minutos, até o meio de um canavial, onde eles o deixaram pegar o Prisma e dirigir sozinho até sua casa, para trocar de roupa e se dirigir à agência.
NEGOCIAÇÃO
Quando o funcionário chegou ao banco, por volta das 8h20, o gerente geral foi comunicado sobre o caso e, logo depois, policiais civis se dirigiram ao local e assumiram a negociação com os sequestradores, que, a todo momento, ligavam para o celular da vítima.
Uma hora depois que os policiais assumiram o caso, o gerente ficou sabendo que seus familiares haviam sido deixados em uma rodovia em Iracemápolis. Um dos sequestradores gravou um vídeo das quatro vítimas com o celular do gerente no cativeiro.
A reportagem conversou rapidamente com o gerente, por telefone, e ele não quis dar muitas declarações. “Graças a Deus, tudo está bem”, comentou. O Bradesco, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não iria comentar o caso.
OUTRO CASO