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» Homens rendem vigilante e levam armas de Fórum

Dois homens assaltaram o Fórum de Sumaré anteontem à noite. Os assaltantes amarraram o funcionário com fita adesiva e conseguiram levar armas e munições que estavam guardadas no prédio. A polícia não tem suspeitos da ação.

A diretoria do Fórum ainda levanta a quantidade de armas roubadas. Um único vigilante desarmado tomava conta do prédio no momento do assalto e foi rendido e amarrado. O sindicato responsável vai analisar o caso. Para especialistas, a burocracia da Justiça impede que as armas sejam destruídas e propicia ações como a de Sumaré.

De acordo com a PM (Polícia Militar) de Sumaré, os dois homens invadiram o Fórum da cidade pelos fundos, após arrebentar um cadeado, por volta das 19h e surpreenderam o vigia W.B.B., 60, quando ele estava no corredor central do prédio. O funcionário ouviu um barulho e acabou se deparando com os assaltantes armados com uma espingarda calibre 12 e um revólver.

Eles renderam o vigilante e o levaram para uma das salas do Fórum. Ele foi amarrado e amordaçado com fita adesiva. O vigilante não estava armado. Em seguida, os assaltantes seguiram para a sala de armas, onde os armamentos que servem de provas para os casos investigados na cidade são guardados.

Eles arrombaram a porta e roubaram armas e munições. A quantidade levada ainda não foi divulgada. O prédio não tem sistema de monitoramento por câmeras, o que dificulta as investigações.

Segundo o delegado titular da delegacia de Sumaré, Elias Kobayashi, no local ficavam armazenadas armas de todos os tipos. “Ainda não temos como analisar a quantidade de armas levadas”. No prédio, policiais militares encontraram uma mochila com um cartucho de calibre 9mm, uma chave de roda, um macaco e uma chave de fenda usados pelos criminosos no assalto. O caso foi encaminhado ao 1º DP (Distrito Policial) da cidade.

SETE HORAS PRESO

O vigilante feito refém ficou mais de sete horas preso. Ele ficou amarrado até as 4h30 de ontem, quando conseguiu cortar a fita que o amarrava. De acordo com ele, os assaltantes afirmaram que oito pessoas participavam da ação, mas apenas duas entraram na sala de armas. Os assaltantes estavam encapuzados, e por isso, o vigilante não conseguiu passar as suas características para a polícia.

De acordo com o delegado assistente da seccional de Americana, Coligni Luciano Gomes, a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) vai investigar o caso.

“Ainda estamos fazendo levantamentos do material roubado e veículos usados na fuga”, disse. Segundo ele, imagens de câmeras próximas poderão ser usadas nas investigações. “A ação pegou todo mundo de surpresa”, disse Gomes.

Morosidade é culpada, afirma especialista

Todo Dia – Campinas/SP –

Para José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública e professor do Centro de Altos Estudos da PM (Polícia Militar), o caso de Sumaré evidencia a burocracia do sistema judiciário.
Para ele, após as análises necessárias, os armamentos deveriam ser destruídos. “Essas armas utilizadas deveriam ser destruídas assim que finalizadas as perícias. Se fossem para ficar armazenadas por tanto tempo, como acontece hoje, isso deveria acontecer em locais com maior grau de proteção, como um cofre apropriado”, disse.

De acordo com o coronel, cerca de 700 mil armas estão guardadas em Fóruns em todo o Brasil. “Isso é um verdadeiro chamariz para os bandidos.” Para ele, o fato de o vigilante, em Sumaré, não estar armado, é tido como um ponto positivo. “Se ele tivesse uma arma no momento do assalto, poderia reagir e a ação terminar em tragédia. Sou contra vigilantes armados, pois muitas vezes eles não estão preparados para atirar”, reforçou. Ele também afirmou que a intalação de câmeras de segurança é “de grande importância”.

Segundo Osvaldo Gomes, que faz parte da diretoria do Sindivigilância (Sindicato dos Trabalhadores do Ramo de Atividade de Vigilância e Segurança Privada de Campinas e Região), uma equipe do sindicato fará uma visita ao Fórum e a empresa responsável pelo vigilante para analisar o porquê do funcionário não estar armado. “Alguns postos de trabalho pedem vigilantes armados”, disse Gomes. | DR

Fonte: Todo Dia – Campinas/SP



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