O prefeito de Limoeiro de Anadia, James Marlan, é investigado pela Polícia Civil pelo assassinato do vigilante Givaldo Alexandre da Silva, crime ocorrido em outubro de 2009. O gestor é apontado como o autor intelectual do crime. A desembargadora Nelma Padilha autorizou a investigação contra Marlan.
O delegado Maurício Henrique, que preside uma comissão especial designada para apurar o assassinato, informou à reportagem do CadaMinuto que Marlan foi citado em depoimento como o mandante do crime. Maurício Henrique afirmou que ainda não há uma data para a oitiva de Marlan. “Temos um depoimento com detalhes. De acordo com Edson Gonzaga dos Santos, o Ed, uma pessoa o informou que o prefeito teria feito uma reunião para organizar uma ‘limpeza’ na cidade para tirar de circulação pessoas responsáveis por crimes. O Ed então perguntou se ele estava na lista e o Mi disse que não. O Ed foi convidado para participar do crime e não aceitou”, contou Maurício Henrique. O delegado afirmou ainda que irá pedir a quebra do sigilo telefônico de Marlan e dos demais citados por Ed. Maurício Henrique disse que terá dificuldades, já que foi informado que em 2009 nenhuma empresa de telefonia móvel operava em Limoeiro de Anadia. “Vamos tentar fazer isso com os telefones móveis. Quando há crime de mando, as negociações são feitas por telefone”, observou. O depoimento A reportagem do CadaMinuto teve acesso a uma cópia do depoimento de Ed, ocorrido no dia 28 de dezembro do ano passado, na Delegacia Geral da Polícia Civil. O advogado Eduardo Bianchi acompanhou a oitiva. Ed relatou que certa vez estava na casa de um conhecido quando encontrou um rapaz, o Tal, que relatou ter presenciado uma conversa entre James Marlan, Miguel Ferro e vários policiais. O tema do encontro foi a “limpeza” em Limoeiro de Anadia. Ed perguntou a Tal se seu nome estava entre os “marcados” para morrer, quando foi informado que não. Ainda segundo Ed em seu depoimento, Tal disse que o nome de Givaldo foi citado. Ed foi procurar um amigo, identificado apenas como Mi para confirmar a reunião em uma das propriedades do prefeito. “Mi, de fato, confirmou que o nome do declarante (Ed) não tinha sido citado, e que Givaldo era a pessoa que o prefeito James Marlan pretendia pegar. Mi falou também que estava acontecendo muita coisa e que Givaldo estaria envolvido. Mi disse que, na morte de Givaldo, iria rolar um dinheiro bom, cerca de 15 mil, perguntando se o declarante não queria participar”, diz o depoimento de Ed. A participação de Ed no crime, de acordo com o proposto por Mi, seria chamar Givaldo para um sítio onde o “pessoal faria o serviço”. Ed contou à Polícia que não aceitou a proposta e que dias depois soube que Givaldo foi assassinado. Ele disse ainda que ouviu comentários de que a vítima havia sido assassinada por policiais a mando de James Marlan. “Diante dos fatos, o declarante teve a certeza de que a morte de Givaldo teria se concretizado como o planejado pelo prefeito já referido, por Miguel Ferro e pelos policiais presentes na reunião”, relata o depoimento de Ed. Na segunda-feira após o crime, Ed relatou ter encontrado Mi e pegou uma carona com ele. Durante o trajeto, o declarante disse para Mi: “Rapaz, vocês fizeram mesmo o negócio”. Segundo Ed, Mi riu, disse para ele esquecer o que ele havia dito e pediu para que ele ficasse calado. Ed contou também que Givaldo era uma pessoa “boa” e relembrou um episódio onde a vítima testemunhou contra James Marlan, que foi acusado de agredir uma médica. Meses após o crime, Ed foi intimado para comparecer ao Fórum de Limoeiro. Lá, ele contou que foi ouvido pelo promotor da cidade. Ameaçado Ed disse que após a carona que pegou Mi não teve mais contato com o amigo. Mas, após o depoimento no Fórum Ed disse à Polícia que foi procurado por Mi, que afirmou estar com um problema já que o prefeito James Marlan o estava acusando do sumiço de uma pistola. Mi disse a Ed que Marlan teria assassinado Givaldo e revelou que quem teria “puxado o gatilho” foi um policial, que não sabia se era civil ou militar, identificado apenas como Valmir. Mi contou para Ed que o prefeito era “perigoso” e que por isso ia embora de Limoeiro de Anadia, pois temia morrer, uma vez que sabia demais. Depois dessa conversa, os dois não mais se encontraram mais. No ano passado, Ed disse que foi procurado pelo vigia da maternidade de Limoeiro, identificado como Juca, que lhe contou que estava na casa de James Marlan quando ouviu uma conversa. “Os caras”, como Juca contou ao declarante, iriam matar Ed. Diante da informação e por se sentir ameaçado, Ed procurou a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL). Gilberto Irineu, presidente da Comissão, informou à reportagem do CadaMinuto que tomou os procedimentos necessários após ser procurado por Edson Gonzaga dos Santos. “Informamos o caso ao Ministério Público, Polícia Civil e Conselho de Segurança, mas não posso revelar mais detalhes. O que posso dizer é que continuamos acompanhando o caso”, colocou. O crime Givaldo Alexandre foi assassinada em uma praça no município de Limoeiro, no dia 04 de outubro de 2009. De acordo com relatos de testemunhas, Givaldo estava no local, que servia de ponto de apoio para mototaxistas, quando foi atingido por disparos de arma de fogo. Os assassinos, após cometer o crime, fugiram em um Pálio verde |
Fonte: Cada Minuto |
» Prefeito é apontado como mandante do assassinato de vigilante
mar 24, 2015Sindvalores SindicatoA Criminalidade pelo Brasil
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