O assunto de hoje é bem sério – a violência na noite curitibana, especialmente aquela provocada por seguranças truculentos e despreparados, a serviço das casas noturnas. O terrível incidente do último dia 6 no James Bar, no qual um jovem de 18 anos teve a perna amputada depois de supostamente ter sido agredido por seguranças – por ter tentado fugir sem pagar a conta, de R$ 60 –, reacendeu a discussão sobre o despreparo dos profissionais contratados para garantir a ordem e zelar pelo patrimônio dos bares e casas noturnas. E chamou a atenção para a prática (ilegal) de recorrer a empresas clandestinas, policiais militares em horário de folga ou admitir leões de chácara sem registro nem qualquer tipo de treinamento – o que contraria a Lei Federal 7.102/83.
Depois disso, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) aproveitou a reunião com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná, nesta manhã, para apresentar uma proposta de regularização da contratação de policiais militares fora do horário de serviço, a exemplo do que já ocorreu no Rio de Janeiro. Tanto a associação dos militares como a dos vigilantes se opõem à ideia. O fato é que um garoto de 18 anos perdeu a perna por R$ 20 (ele teria R$ 40 dos R$ 60 que consumiu), seja por ter sido brutalmente agredido – como alega a família –, seja por ter caído junto com o segurança ou porteiro – conforme a versão do bar. Também é fato que seguranças truculentos são a regra, não a exceção, na noite curitibana – independentemente do estilo, da localização ou do gênero musical da casa noturna. Já ouvi falar e presenciei diversos casos de violência, tanto por parte dos leões de chácara como de clientes metidos a valentões. Há relatos inclusive de seguranças que usam tasers, as famosas pistolas de choque – o que é proibido. Por outro lado, a presença de seguranças capacitados é indispensável para minimizar os riscos de um setor sujeito a diversos contratempos. Não dá para imaginar um local que comercialize bebidas alcoólicas e receba uma grande quantidade de pessoas em um ambiente confinado sem a presença deles. Só que esses homens e mulheres têm de pertencer a empresas reconhecidas, passar por treinamento específico e ter preparo psicológico, porque eles vão precisar lidar com clientes alcoolizados, agressivos, malandros, metidos a besta e/ou dispostos a humilhá-los. Que o triste episódio no James (que, até prova em contrário, é uma casa séria, administrada por pessoas idôneas) sirva para que o próprio setor tenha mais cuidado na contratação de profissionais de segurança. E você, já sofreu (ou tomou conhecimento de) agressões por parte desses profissionais na balada? Manifestação Amigos e parentes do rapaz que perdeu a perna no episódio do James Bar, Guilherme Koerich, usaram as mídias sociais para organizar uma manifestação contra a violência nas casas noturnas. O ato será nesta quarta-feira, às 21 horas, na esquina da Avenida Vicente Machado com a Rua Coronel Dulcídio – bem próximo ao James Bar. Até o final da tarde desta terça-feira, mais de 1,8 mil pessoas haviam confirmado a presença pelo Facebook. |
Fonte: Gazeta do Povo Online |
» Quando segurança gera violência
mar 24, 2015Sindvalores SindicatoA Criminalidade pelo Brasil
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