Um vigia de 54 anos que trabalhava no local foi amarrado pelos criminosos com fios energizados e desencapados ligados a uma tomada juntamente com um botijão de gás e em caso de um movimento brusco, o contato entre os fios poderia causar a explosão do botijão de gás que estava com a mangueira cortada e a válvula aberta.

Os assaltantes também utilizaram uma mangueira do gás e prenderam ao corpo da vítima e mantiveram o gás vazando. O vigia conseguiu entrar em contato com a Brigada Militar que chegou rapidamente ao local, bem como o Corpo de Bombeiros. A energia elétrica do depósito foi cortada para que o dispositivo pudesse ser desarmado e a vítima libertada.

O vigia foi encaminhado ao Hospital São Vicente de Paulo, onde permaneceu internado no setor de emergência devido à intoxicação com o gás de cozinha e os ferimentos causados pelas agressões, até o meio dia, quando recebeu alta. Depois a vítima prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia, responsável pela investigação.

A empresa possui sistema de videomonitoramento e as imagens deverão ser encaminhadas a polícia para a tentativa de identificação dos assaltantes que fugiram levando motosserras, lixadeiras e furadeiras.

“Eles poderiam ter me matado”

O vigia, que prefere não se identificar, contou à reportagem como foram os momentos de pavor em poder dos assaltantes. Ele acredita que os ladrões possam ter entrado no local pelo ponto que fica próximo à linha férrea. “Eu estava do lado de fora vigiando os caminhões e achei ter percebido uma movimentação. Comecei a sentir sono e voltei para o pavilhão para tomar mais um café e nesse momento, quando tentei levantar da cadeira senti algo nas minhas costas e alguém me pegando pelo pescoço”, contou.

Ainda de acordo com a vítima, em um primeiro momento, os assaltantes pediram por dinheiro e telefones celulares. “Eles me levaram para o pavilhão e perguntaram onde havia um banheiro. Não sabia em quantos eles estavam então fiz tudo que mandaram. Em uma peça havia um colchão e me fizeram deitar”, disse.

Foi nesse momento em que os criminosos amarraram a vítima com os fios elétricos e prenderam a mangueira de gás ao corpo do vigia. “Antes de me amarrarem um deles perguntou o meu nome. Quando eu respondi senti uma pancada muito forte na cabeça e senti o sangue escorrendo pela orelha”, observou.

Quando os assaltantes saíram, o vigia conseguiu entrar em contato com a Brigada Militar. “Estava me sentindo muito mal por causa do gás e mal conseguia falar. Tentei ligar para o meu chefe primeiro, mas caiu na caixa postal. Então liguei para a Brigada Militar e contei a situação. Naquela hora minha visão estava completamente embaralhada. Eu disse que não era trote e em poucos minutos eles chegaram. Se um fio encostasse no outro o botijão de gás explodiria”, explicou.

A vítima também acredita ter tido sorte por ter mantido a calma durante a ação dos assaltantes. “Se eu estivesse dormindo eles teriam levado mais coisas ou teriam me matado. Não consegui ver por onde eles entraram, mas acredito que tenham entrado por onde o muro está sendo construído. Agora vou ter que me cuidar mais”, disse.