Os cinco arrombamentos de caixas eletrônicos ocorridos na região de Araraquara, nos últimos 30 dias, estão fazendo com que comerciantes da cidade recusem a instalação do equipamento em seus estabelecimentos. Cinco donos de supermercados e postos de combustíveis ouvidos pela reportagem confessaram ter retirado ou estarem pedindo a retirada dos equipamentos de seus negócios, principalmente depois que dois caixas foram estourados com uso de bombas.
O gerente de supermercado Luís Carlos de Oliveira revela que as empresas não oferecem seguro contra furtos, roubos e danos ao estabelecimento. Atualmente, Araraquara conta com 27 caixas eletrônicos instalados em supermercados, postos de combustíveis, faculdades e prédios públicos, além dos equipamentos em funcionamento nas 33 agências bancárias. Em novembro do ano passado, a direção da Universidade Estadual Paulista (Unesp), obrigou os bancos a retirarem caixas eletrônicos de dois prédios em Araraquara, depois que eles foram arrombados. No último assalto, vigias foram amarrados e mantidos reféns durante o roubo. A Unesp confirmou ter pedido a retirada dos equipamentos porque tinha de arcar sozinha com a segurança e achou prudente determinar que os caixas ficassem apenas dentro das agências do câmpus, sob responsabilidade das instituições financeiras. Bomba em loja No dia 5 de janeiro, uma quadrilha explodiu um caixa eletrônico do Banco do Brasil instalado em um posto de combustíveis às margens da Rodovia Washington Luís (SP-310), em Araraquara. A loja de conveniência foi destruída e um funcionário saiu ferido. Os donos da loja de conveniência – que preferem não se identificar – dizem que, apesar de o Banco do Brasil prometer, informalmente, indenização por danos materiais, até agora eles estão arcando sozinhos com os gastos da reconstrução do prédio. Por isso decidiram não permitir a reinstalação do equipamento. Na quarta-feira, um caixa eletrônico do Bradesco foi aberto com o uso de explosivo, no posto de combustível da Rede Castelo, um dos mais movimentados do Estado, também na Rodovia Washington Luís, em São Carlos. Não houve feridos, mas os assaltantes dispararam tiros para o alto para intimidar clientes e funcionários do posto. Outro lado Febraban é evasiva sobre garantia de segurança A Tribuna Impressa questionou a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) sobre as garantias para as empresas que permitem a instalação de caixas eletrônicos, mas a entidade disse apenas que não há padrão. Empresa oferece R$ 300 para instalar caixa O gerente de supermercado no bairro Yolanda Ópice, Zona Leste de Araraquara, Luís Carlos de Oliveira, revela o esquema para a instalação dos caixas eletrônicos. “Veio aqui um rapaz de uma empresa terceirizada que instala estes caixas 24 horas me oferecer a instalação. Eu disse que cada vez que o carro-forte passasse aqui para colocar dinheiro, o supermercado ia ficar visado, por isso não queria.” Segundo Oliveira, uma semana depois, o representante retornou ao supermercado dizendo que pagaria um aluguel de R$ 300 por mês para que o equipamento ficasse lá. “Mas como eles não oferecem seguro contra roubos, eu recusei de novo. Se explodem o caixa aqui dentro do supermercado, eles não vão me pagar os prejuízos e não vale a pena.” O gerente afirma que o dono de um supermercado do bairro aceitou a proposta, mas desistiu depois dos últimos casos de arrombamento feitos com explosivos. |
Fonte: Araraquara.com |
Após explosões, comerciantes recusam caixas eletrônicos
fev 16, 2015Sindvalores SindicatoNotícias
Previous PostSindicato diz que 80% dos bancos descumprem lei de segurança
Next PostNúmeros divergentes sobre investimento em segurança