Durante o debate sobre a criminalização dos movimentos sociais e lutas populares nesta quinta-feira (8) o deputado distrital Ricardo do Vale juntamente com o coordenador do MST-DF, Marco Antônio Baratto, firmaram o compromisso de na próxima semana promover uma reunião com entidades da sociedade civil para a criação de um comitê que acompanhe todas as manifestações e que reaja amplamente a qualquer ato de violência por parte da policia. Para o deputado, dessa forma, a sociedade em geral saberá que os movimentos sociais estão organizados e atentos para garantir seu direito constitucional de manifestação.
A proposta surgiu em audiência pública que aconteceu na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde militantes e trabalhadores engrossaram o coro de que os movimentos precisam se organizar para combater qualquer proibição e repressão às mobilizações sociais.
Para o coordenador do MST-DF, Marco Antônio Baratto, é importante reunir forças para garantir a livre manifestação dos movimentos sociais, o que é garantido na Constituição. “Precisamos construir um programa onde serão colocadas idéias para enfrentar esse avanço conservador sobre os movimentos sociais. Precisamos também trazer quem está fora do movimento e colocar que a PEC 55 (PEC da Morte) e outras tantas reformas que o governo quer implantar são prejudiciais a todos porque cortam investimentos sociais e direitos”, explicou. Veja aqui.
Outras tarefas também foram encaminhadas para os presentes. Para eles é necessário refazer o trabalho de base, junto aos trabalhadores e à população em geral, criando novos mecanismos de diálogo, para que a partir daí novas formas de luta sejam tiradas.
A mesa de debate foi composta pelos deputados distritais Ricardo Vale e Chico Vigilante, a representante da OAB–DF. Alinne Marques, e o presidente do Conselho de Direitos Humanos do DF, Michel Platini, que em seus discursos afirmaram que este é o pior momento de retrocessos políticos e sociais que vivenciamos, mas que é preciso lutar pela unidade e organização dos movimentos contra a repressão. “Nossa democracia está correndo risco e o Estado, por meio de forças policiais, tenta impedir a mobilização dos trabalhadores. O que aconteceu no dia 29, na Esplanada, foi extremamente grave. Por isso, é demanda dos movimentos a unidade contra essa onda conservadora que tenta coibir os movimentos sociais”, disse Platini. “Participar de movimentos sociais não é crime. É através dos movimentos sociais que se faz a luta dos trabalhadores. Precisamos que os trabalhadores se organizem para repudiar qualquer medida contra os movimentos”, acrescentou aline Marques.
O decreto antigreve do governador caloteiro Rodrigo Rollemberg, a prisão arbitrária de sem terra, a invasão de escola de formação do MST e a ação violenta da polícia no ato dos trabalhadores e estudantes no último dia 29, entre outros casos,recentes, foram o estopim para que os movimentos começassem a se mobilizar para repudiar o avanço da repressão e criminalização dos movimentos sociais.
Fonte: CUT Brasília