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» “Atravessamos Alagoas de um lado a outro e não somos abordados”, critica juiz

O juiz auxiliar do Tribunal de Justiça, Diógenes Tenório, participou ao vivo, nesta sexta-feira (02), do programa de TV “Segurança em Debate” comentando sobre a problemática do destino das armas de fogo apreendidas pela polícia ou entregues nos pontos de entrega da campanha do desarmamento.

O magistrado criticou o Estatuto do Desarmamento por determinar a destruição de todas as armas apreendidas, citou o Estado de São Paulo que aprendeu em 7 anos 100.200 armas, média de 15.000 por ano, sendo cerca de 20% de uso restrito das forças armadas. “Enquanto essas armas servíveis são destruídas a nossa policia está desarmada para enfrentar bandidos altamente poderosos com armas destrutíveis”. Por isso, afirma ainda o magistrado, “nós lutamos para que essas armas sejam aproveitadas”.

Prioridade dos Estados em combater a criminalidade
Os Estados se preocupam mais em fazer a projeção do seu governo, gastando muito mais com a Secretaria de comunicação social do que a verdadeira destinação do recurso público para combate a violência. “Se os Estados não fazem isso nós temos que buscar alternativas para combater a criminalidade”. Denotando que alguns gestores de segurança ficam limitados aos parcos recursos destinados ao combate à violência.

Para combater a criminalidade é necessário acabar com tráfico de drogas, manter os criminosos presos e fiscalizar as fronteiras do estado impedindo a entrada de drogas em Alagoas.

Arranjo
Ao ser indagado pelo consultor em Segurança, Lucena, sobre uma possível acomodação dos governos em investir em segurança pública, já que se estaria fazendo um arranjo para equipar as polícias, o magistrado afirmou que sim e fez uma ressalva, que apenas uma média de 30% das armas apreendidas poderiam ser mesmo aproveitadas. A preocupação em aquisição seria de apenas 70% e fez uma pergunta retórica: “Veja se não é um crime em um estado como Alagoas, em que não se tem sequer munição, destruir armas de grosso calibre [apreendidas] ao invés de equipar a polícia. Hoje tem assalto a banco no Estado de Alagoas onde o bandido cinicamente coloca uma metralhadora giratória em cima de uma camionete e desafia a sociedade por inteiro. E preciso dotar as polícias de meios para combater a criminalidade”.

Ao ser indagado sobre a dificuldade do uso de armas sem procedência ou ultrapassadas, Diógenes rebateu afirmando que das 499 armas que estavam no paiol do Fórum que trabalha, mais de 30% delas eram armas novíssimas e em perfeito estado de uso.

Situação da Segurança Pública de Alagoas
Ao ser indagado pelo consultor Leonardo Assunção sobre a atual situação da Segurança Pública em Alagoas, Diógenes afirma: “Alagoas sofre como os demais Estados da Federação como um todo. Não se pode fazer aquela pirotecnia do Rio de Janeiro e depois disso estar mudando de secretário toda hora. Temos que criar uma Política de Segurança Pública permanente”.

Destacou ainda a diminuição do efetivo em relação há dez anos e proporcionalmente ao crescimento da população e da miséria.

Porte de arma das Guardas Municipais
Sobre o porte de arma de fogo para Guardas Municipais, em cidades pequenos, para combater a criminalidade ele afirmou que “o problema das Guardas Municipais é uma temeridade, pois pega o homem que foi criado de início para se preocupar apenas com o patrimônio público, sem vocação para polícia e jogá-lo sem treinamento nas ruas com direito de usar uma arma [de fogo], e geralmente guinado por um grupo político que o conduziu para lá, escolhido a dedo, você vai eleger bandidos em favor de políticos mesquinhos e aí caminha em uma direção contrária a campanha do desarmamento”. Ressalva que o Guarda Municipal é necessário, pois o efetivo das polícias é muito pouco, mas não com poder de polícia.

Tráfico de armas
Sofre o tráfico de armas nas fronteiras, o magistrado afirmou que em nível de Brasil é muito difícil devido à extensão territorial, mas com vontade de fazer uma integração entre todas as forças policiais, uma associação com os países limítrofes e investimento, é possível.

Em relação a Alagoas, afirmou que isso torna-se mais fácil, “basta o governo se empenhar um pouco e dará para fazer um bom trabalho. Atualmente nós atravessamos Alagoas de um lado para o outro e não somos abordados”, disse ele ao contar que teve que fazer uma viagem ao Piauí às pressas, com o carro ainda desemplacado, e não foi abordado uma vez sequer, manifestando a fragilidade nas divisas entre os Estados nordestinos.

Fonte: Primeira Edição



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