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» Banco do Brasil afronta trabalhadores, retira direitos e faz Carnaval

Enquanto os funcionários do Banco do Brasil enfrentam péssimas condições de trabalho e a população sofre com atendimento precário, a direção do banco tem disseminado práticas que soam para o movimento sindical como uma afronta tanto para os bancários como para a sociedade. Seguindo essas práticas, na segunda e terça-feira, dias 8 e 9/4, mais de dois mil administradores se reuniram no Centro de Eventos de Fortaleza (CE) para um evento “motivacional”, que, na verdade, brinda a administração desumana do BB.

Custos (des) necessários

Nos últimos tempos, o banco tem anunciado diversas medidas de redução de custos: dispensou dezenas de vigilantes do autoatendimento (prejudicando a já cambaleante segurança das agências), cortou viagens necessárias de trabalho (como as dos fiscais de operações), cancelou férias, cortou dinheiro para água nas agências, obrigou os funcionários a utilizarem folgas em um prazo (ilegal) determinado e economizou alguns trocados desrespeitando o corpo funcional com a implantação, sem diálogo, de um plano de funções que reduz direitos e salários.

Em vez de sentar à mesa de negociação e atender a pauta de reivindicações dos trabalhadores, o BB tem se concentrado em fortalecer a truculência de suas práticas e investir em mega eventos motivacionais. Dias 8 e 9, cerca de 2.300 administradores do Norte, Nordeste e Centro Oeste, estiveram reunidos no Centro de Eventos de Fortaleza com o objetivo de organizar suas lideranças e difundir suas políticas. Na última semana, foi a vez do Sul e Sudeste realizarem os eventos.

‘É um gasto desnecessário, além de uma afronta. Muitos dizem, inclusive, que o Banco do Brasil faz economia com os funcionários para fazer festa com a sua direção. Isso é um absurdo. O objetivo desses eventos é fazer com que seus administradores percebam a estratégia do banco e comecem a falar a mesma língua da direção”, afirma Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, destacando que a realização do evento significa gastos com hospedagem, alimentação e traslados para mais de duas mil pessoas vindas de 20 estados. “Eles vieram no fim de semana e ficaram até terça-feira em evento fechado”, completa.

“Farra na coisa alheia”

Na segunda-feira, primeiro dia do evento, o Sindicato esteve no Centro de Eventos e flagrou o clima nada profissional do encontro. “O clima é de festa, de Carnaval, com cornetas, pompons, fantasias e apitos, que contrasta com a insatisfação do funcionalismo e das entidades sindicais e com a realidade sufocante do dia a dia nas agências. É uma farra na coisa alheia”, critica Carlos Eduardo.

“Estão com saudade da gravata e do terno? É uma honra muito grande fazer parte de um time tão especial e tão poderoso. Um time com tanta energia e que, ao mesmo tempo, sabe trabalhar com profissionalismo, com amor, consegue brincar, se divertir. Esse é o nosso grande propósito aqui nesses dois dias”, afirmou o apresentador do evento.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Brasília



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