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Bradesco é acusado de preconceito e de discriminar pobres

O Sindicato dos Bancários de Dourados e Região está acusando o Banco Bradesco de preconceito e discriminação de pessoas pobres nas agências de Dourados. Os bancos continuam desenvolvendo formas de não contribuir com o desenvolvimento social do país, diz material distribuído à imprensa local.

Para os sindicalistas, o correspondente bancário, criado para democratizar o acesso ao sistema financeiro, virou símbolo do preconceito e discriminação dos bancos, que empurram os mais pobres para este tipo de atendimento.

A constatação, segundo eles, aconteceu na terça-feira (10) na agência centro do Bradesco em Dourados e foi presenciada por diretores sindicais que visitavam o local, quando havia cinco funcionários do banco, que a pretexto de orientar, faziam à triagem e mandavam os clientes indesejados para serem atendidos nos correspondentes bancários.

A administração da agência foi comunicada pelo sindicato sobre o preconceito e discriminação, que pediu providências sob pena de tomar outras medidas para coibir esse tipo de prática do banco, que lucrou R$ 8,3 bilhões apenas nos nove primeiros meses do ano passado.

O presidente do sindicato, Raul Verão afirmou que a atitude do Bradesco se configura em discriminação comprovada, já que uma pesquisa feita pelo Instituto Fractal mostrou que 41% das pessoas que utilizam o correspondente bancário têm renda mensal entre R$ 251,00 e R$ 500,00. Outros 53% ganham salários de R$ 500,00 a R$ 800,00, enquanto os 6% restantes sobrevivem com R$ 250,00 a cada trinta dias.

A prerrogativa de ser atendido em um correspondente bancário sem as mínimas condições de segurança e conforto, ou numa agência bancária, têm que ser do cliente e não uma imposição dos bancos, como vem fazendo o Bradesco, barrando a entrada na porta da agência, diz Raul lembrando ainda que tudo que acontece com o cliente dentro de uma agência bancária é de responsabilidade do banco, diz o material distribuído pelo sindicato.

A segurança dos clientes e hoje a grande preocupação do sindicato, tendo em vista que pesquisa nacional realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e Confederação Nacional dos Vigilantes, com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese, mostrou que 49 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2011, o que representa um aumento de 113,04% em relação a 2010. Das 49 mortes a maioria das vítimas foi clientes (30), seguido de vigilantes (8) e policiais (6).

A situação nos demais bancos não é muito diferente, inclusive nas instituições públicas. Ao mesmo tempo em que empurram os mais pobres para fora das agências, os bancos têm investido pesado para atrair clientes mais ricos. O preconceito dos bancos com os mais pobres prejudica diretamente o emprego dos bancários. Na década passada, o crescimento do número de correspondentes foi um dos vilões da redução de postos de trabalho entre os bancários. Em 1990, o Brasil tinha mais de 750 mil trabalhadores na categoria. Hoje são cerca de 465 mil, afirmou Raul Verão.

Fonte: Folha de Dourados-MS



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