O capitão que era lotado no Estado Maior da Polí-cia Militar do Rio de Janeiro, Luciano Martins de Araújo, está preso desde a tarde de segunda-feira (13) na unidade prisional da PM em Benfica. Conforme mostrou o RJTV, ele é acusado de ameaçar duas advogadas e ex–funcionários da empresa de vigilância Alfaseg que está no nome da mulher dele, com o objetivo de não pagar indenizações trabalhistas.
A Justiça decretou a prisão preventiva dele baseada em uma denúncia do Ministério Público Federal. Com o término do contrato da Alfaseg com o Hospital do Andaraí, todos foram demitidos. Depois de entrarem na Justiça, os 19 vigilantes que trabalhavam no hospital foram chamados para uma reunião com o capitão Araújo. Durante o encontro, um dos vigilantes gravou as ameaças que o oficial fez ao grupo.
“Nesta questão aí de indiciar minha mulher criminalmente, aí eu vou tomar atitude de polícia”, diz a voz de Luciano na gravação.
As ameaças se estenderam a duas advogadas contratadas para defender os vigilantes.
“Se indiciar minha mulher, o bagulho vai ficar doido. Pode avisar ela (sic), se sacanear a minha mulher, eu vou atrás dela, eu vou atrás dela”, repetiu o policial durante a gravação.
“Pelo tom de voz dele, ele parecia certo do que ele queria fazer”, disse Isabela Firmo, uma das advogadas.
O MP ainda aponta outra irregularidade: o capitão Araújo é quem administra de fato a empresa, o que é proibido pelo Estatuto da Polícia Militar.
“Mais grave ainda, a ameaça partiu de um capitão da Polícia Militar, que recebe impostos, é pago com dinheiro do povo para defender a população e se transforma em um fator de ameaça”, disse Wadih Damous, presidente da OAB-RJ.
O advogado do capitão Araújo falou que as ameaças foram feitas em tom de bravata. A PM informou que vai apurar as denúncias.
Fonte: G1/RJ