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Centrais articulam plano de luta para deter reformas de Temer

Por Railídia Carvalho

“O presidente do Senado, Renan Calheiros, tem defendido posições sobre as reformas que se assemelham ao que pensam as centrais. Ele se comprometeu com a alteração do texto da reforma trabalhista aprovado na Câmara e também com a da reforma da Previdência, em caso de aprovação no plenário daquela Casa”, afirmou Wagner.

A reforma trabalhista foi aprovada na Câmara por 296 a 177 votos e chegou ao Senado nesta terça-feira (2) e recebeu o número de Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/2017.

O texto da reforma trabalhista aprovado prevê a prevalência dos acordos trabalhistas sobre a lei, o fim da contribuição sindical obrigatória e da participação dos sindicatos nas rescisões trabalhistas.

Previdência

A reforma da Previdência teve o relatório aprovado nesta quarta-feira (3) na comissão especial por 23 a 14 votos. A Idade mínima foi mantida em 65 anos, exceto no caso das mulheres, que podem se aposentar com 62 anos e 25 de contribuição. Não houve mudança no tempo de contribuição proposto por Temer, que é de dez anos a mais que as regras atuais.

“Vamos fazer uma avaliação do movimento até agora e traçar um plano de luta. Temos muitas propostas, entre elas uma nova greve ou de ir todo mundo pra Brasília. A reunião de hoje vai tratar disso”, explicou o dirigente da CTB.

Na opinião do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a greve está na ordem do dia”. Para ele, a pressão por mudanças nas reformas deve vir das ruas. Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, lembrou ao site da Força Sindical que as centrais não tiveram condições de debater a reforma trabalhista na Câmara. Ele pediu calma na tramitação no Senado. “Também queremos que a reforma trabalhista passe em pelo menos três comissões do Senado e não só em duas”.

Governo de caráter fascista

Wagner afirmou que no caso da reforma da Previdência, as centrais nos estados estão fazendo visitas aos deputados para que rejeitem a proposta na votação em plenário. O governo precisa de 308 votos para aprovar a proposta de Temer para a Previdência. “Esse contato corpo a corpo é importante porque o deputado tem que se explicar no estado dele”.

Com 37 anos de militância no movimento sindical, Wagner afirmou que é inédito esse cenário de retirada de direitos como o que o presidente golpista Michel Temer tem tentando implementar no Brasil.

“E isso traz uma novidade que é tentar eliminar os adversários. Acabar com a contribuição sindical. Fazer isso é acabar com os sindicatos e deixar o caminho aberto para implementar essa agenda. Primeiro são os sindicatos, depois os estudantes, o MST. É um governo que tem um caráter fascista”, enfatizou Wagner.

Na opinião dele, o estado e a cidade de São Paulo estão alinhados a essa cultura autoritária do governo federal. “No dia 1º de maio em São Paulo, um rapaz da prefeitura chegou querendo bater em todo mundo, trazendo a polícia. A postura agora é não debater nada e acabar com toda a oposição. É uma das questões mais perigosas”, opinou Wagner.

De outro lado, o dirigente acredita na virada dos movimentos que se opõem às reformas. “A adesão aos atos, a adesão à greve do dia 28, as manifestações favoráveis da população, as pesquisas que os jornais estão fazendo demonstram que o povo não aceita essas reformas que estão tentando enfiar goela abaixo. Temer atingiu o índice mais alto de impopularidade. E o que nos faz acreditar que temos condições de virar esse jogo. A sociedade não está aceitando”, avaliou Wagner.

Do Portal Vermelho




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