A CUT Brasília, em parceria com o movimento social, convoca os trabalhadores e trabalhadoras para o 21º Grito dos Excluídos, no próximo dia 7 de setembro. Com o lema: “Que país é esse que mata gente, que a mídia mente e nos consome?” militantes e populares vão se concentrar, a partir das 8h, em frente a Catedral de Brasília e, em seguida, marcham por toda a Esplanada dos Ministérios.
“No dia 7 de setembro, vamos nos reunir para fazer o verdadeiro ‘Grito da Pátria’, o grito da maioria do povo que continua excluída das decisões políticas do País. Através do nosso grito vamos reivindicar um Brasil justo, soberano e democrático”, avalia o coordenador da articulação do Grito em Brasília, Fábio Miranda.
O objetivo do Grito dos Excluídos é organizar o máximo de ações que fortaleçam a organização, a mobilização e as lutas do povo brasileiro. Anunciar em diferentes lugares os sinais de esperança da construção de um mundo melhor a toda população. Denunciar toda e qualquer injustiça cometida pelo sistema capitalista, irradiando a mensagem que as mudanças acontecerão com o povo em luta, ocupando praças e ruas por direitos e liberdade, em defesa da democracia e por igualdade.
Neste ano, uma das bandeiras levantadas pelo movimento é o combate ao PL 4330 que foi aprovado em abril deste ano na Câmara dos Deputados, após os deputados ignorarem a voz de milhares de trabalhadores que foram às ruas gritarem “Não ao PL 4330″, que promove subcontratação ilimitada e precariza generalizadamente o trabalho”. Maior jornada de trabalho, demissões, substituição por salários menores, menos benefícios, pejotização e quarteirização, esses são apenas alguns do malefícios que resultam do PL, que agora tramita no Senado como PLC 30.
“É importante que a classe trabalhadora participe do Grito dos Excluídos. Mais uma vez sairemos às ruas para dizer ‘Não ao PL 4330’ e ao retrocesso que ele representa para a classe trabalhadora. Não podemos aceitar que esse projeto seja aprovado no Senado, ele tem de ser barrado. Por isso, juntos, vamos às ruas lutar por nossos direitos e dizer ao Congresso que não aceitaremos que nossas reivindicações sejam excluídas em favor dos interesses do patrões e do empresariado que são totalmente diferentes dos nossos”, explica o secretário de Política Social da CUT Brasília, Ismael César.
O movimento também luta pelo acesso pela população a todos os serviços públicos básicos de qualidade, como: educação, saúde, condições de trabalho, alimentação saudável, água potável, energia, saneamento e moradia de toda a população.
Para o presidente da CUT Brasília , Rodrigo Britto, o Grito dos Excluídos é uma oportunidade da classe trabalhadora, dos movimentos sociais e populares se unirem para denunciar as injustiças e cobrarem juntos do governo políticas públicas e sociais que alcancem a todos. “A luta não pode parar, onde estiver um trabalhador, ou mais, a Central estará lá para dar apoio à luta. Por isso, no dia 7 de setembro, vamos fazer com que o nosso grito seja ouvido por todos. Pela democracia, liberdade, por mais direitos e igualdade. Vamos juntos lutar por um mundo que de fato seja justo e ofereça oportunidades para todos e todas, independentemente de classe, gênero ou etnia; vamos construir um novo caminho”, explica.
O Grito foi concebido para ser um processo de construção coletiva. Neste mutirão estão juntos Pastorais Sociais, Semana Social Brasileira, Movimentos Populares, Sociais e Sindical, Campanha Jubileu, Grito Continental, Igrejas, Mutirão contra a Miséria e a Fome. O Grito dos Excluídos conta com uma Coordenação Nacional, Secretaria Nacional, Coordenações locais e estaduais. O diferencial é a rede de articuladores/as e voluntários/as espalhados/as pelos rincões do Brasil, que ajudam animar o processo de construção do Grito.
Essas entidades se reúnem durante todo o ano e planejam, além do ato do dia 7 de setembro em todas as capitais, várias ações de mobilização para buscar avanços na luta por um mundo melhor. Na última quarta-feira (2), os coordenadores da mobilização se reuniram do auditório Adelino Cassis, da CUT Brasília, para debater alguns temas e definir alguns pontos e estratégias para o 21º Grito do Excluídos. Participaram da plenária a CUT Brasília, o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Sem Terra (MST) e o Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNNBB). Eles debateram as pautas dos sem terras, das mulheres, da comunidade LGBT, da classe trabalhadora, dos negros e dos indígenas.
O 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
Fonte: CUT Brasília com Grito dos Excluídos