Sindicalistas de todo o país vão acompanhar votação da MP 664 na Câmara, além de tratar com senadores sobre a MP 665 e o projeto da terceirização
Brasília – Em razão da votação da Medida Provisória (MP) 664, que tem início hoje (12), a CUT programou uma agenda de mobilizações no Congresso Nacional até quinta-feira (14) para convencer os deputados e protestar contra as matérias do pacote de ajuste fiscal do Executivo – que, de acordo com a entidade, retiram direitos dos trabalhadores.
“Entendemos que este governo foi reeleito pelos trabalhadores e tem que estar ao lado dos trabalhadores. Direitos não são para serem retirados e sim, ampliados”, afirmou o presidente da central, Vagner Freitas, em vídeo no qual conclama sindicatos de todo o país a enviar grupos a Brasília (o vídeo está reproduzido abaixo).
Na última semana, a CUT fechou questão, junto com outras centrais, contra a aprovação das Medidas Provisórias 664 (referente a alterações em benefícios previdenciários) e 665 (que passou pela Câmara e agora está em tramitação no Senado, que muda benefícios trabalhistas).
Freitas reafirmou que a entidade entende a necessidade de se fazer ajustes para equilíbrio na economia, mas estas medidas deveriam ser realizadas a partir de uma reforma tributária, com taxação de grandes fortunas e uma legislação mais intensa para combate à sonegação. “As MPs que aí estão são nocivas aos interesses dos trabalhadores”, repetiu.
O intuito principal da maior central do país, além de acompanhar a votação em si e protestar contra as medidas, é atuar pelo convencimento dos parlamentares. Por conta disso, a CUT repetirá a mobilização feita no início de abril, quando o projeto de lei que libera a terceirização irrestrita nas empresas entrou para votação no plenário da Câmara.
Desde o aeroporto
Desde as primeiras horas da manhã de hoje, manifestantes se organizam no aeroporto de Brasília para receber os parlamentares desde o momento em que desembarcam na capital federal.
Além da votação na Câmara, a central também programou a ida dos seus dirigentes aos gabinetes de senadores. Ainda dentro da programação estabelecida pela entidade, uma audiência pública na manhã da quinta-feira (14) discutirá, no Senado, o projeto da terceirização (agora protocolado como PLC 30). Às 11h, uma comissão geral também vai debater o projeto, com ampla participação da CUT.
Como há a possibilidade de o acesso às galerias da Câmara dos Deputados continuar vedado, por causa das últimas determinações do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os dirigentes da CUT se concentrarão na parte externa do Anexo II e continuarão negociando para acompanhar a votação da MP 664, que está na ordem do dia.
“Essa questão de ajuste fiscal, que o governo está colocando, não foi debatida com a sociedade. O que acontece com a MP 664 e 665 é retirada de direitos e nós não aceitamos que nenhum ajuste seja feito na conta dos trabalhadores”, acentuou.
Assista ao pronunciamento do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas: