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» Multinacionais Prosegur e Brinks voltam às práticas antissindicais

Depois de esgotar as tentativas de diálogo os vigilantes de carro forte do Espírito Santo (ES) chegam nesta sexta-feira (3) ao quinto dia de paralisação. Empurrados para a greve pelo patronato, que se recusa a negociar, a categoria busca, entre outros pontos, a equiparação salarial com os trabalhadores do Rio de Janeiro (RJ). Hoje, o valor percebido pelo ES é de R$1.189 e no RJ é de R$ R$1.844. A última Convenção Coletiva data de 2011. Desde então os vigilantes tentam negociar seus direitos, enquanto a Brinks e a Prosegur embromam.

 

A greve tem se fortalecido diariamente graças à capacidade de mobilização dos trabalhadores e insatisfação com as empresas. Mais de 600 trabalhadores cruzaram os braços em todo o Estado, sendo que só na Grande Vitória o número já ultrapassa 50. Os vigilantes pedem, além da questão salarial, a extinção do banco de horas, o pagamento de 30 dias de tíquete alimentação – hoje o pagamento é feito apenas por dia trabalhado – e melhores condições de trabalho.

 

Na tentativa de diminuir o movimento paredista, os patrões têm afirmado que não foram procurados pelo Sindicato para dar início à negociação. A alegação foi prontamente desmentida pelo presidente do Sindfortes-ES, Wildson Damacena. Segundo ele, desde março estão sendo feitas tentativas de acordo. Damacena afirma ainda que, sem acordo, não há previsão de encerrar a greve. “Vamos nos manter irredutíveis. Estamos em frente às empresas e não sairemos enquanto não houver negociação”, assegurou.

 

Práticas antissindicais

Ao invés de investir no diálogo e na tentativa pacífica de solucionar os problemas as empresas lançaram mão, mais uma vez, de práticas antissindicais. Desde quinta-feira (2) elas têm colocado em prática seu arsenal de maldades, como interditos proibitórios e ameaças. Não bastasse isso, têm deslocado vigilantes do Rio de Janeiro e Minas Gerais até o Espírito Santo para que o trabalho não seja afetado pela greve.

 

“Enquanto poderiam concentrar forças para iniciar as negociações, criar mecanismos para dialogar, eles têm preferido gastar uma fortuna com hospedagem, alimentação, deslocamento e hora-extra de companheiros de outros Estados. Estão vindo de fora para usar nossos coletes, nossas armas, tudo a mando dos patrões”, denunciou Damacena.

 

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, no caso da Prosegur, a prática não é exclusiva do Espírito Santo nem do Brasil. No ano passado, mais de 300 companheiros vigilantes empregados da Prosegur do Paraguai foram demitidos. Isso por suas justas reivindica-ções de fim da jornada de trabalho de 20 horas diárias, por exemplo. Isso prova que, na América Latina, todos os trabalhadores dessa empresas enfrentam dificuldades semelhantes.

 

Boaventura alerta também para a necessidade de denunciar esse tipo de prática às bases dos Estados de MG e RJ. “Neste momento em que a Prosegur quer aparecer de cara limpa para a Copa, precisamos denunciar esse tipo de prática e prestar toda nossa solidariedade aos nossos colegas capixabas”, disse Boaventura.

 

Fonte: CNTV




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