O número de vítimas fatais em assaltos a bancos cresceu 113,4% em 2011 em relação a 2010. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e CNTV (Confederação Nacional dos Vigilantes) e divulgada nesta quinta-feira (5).
O levantamento, baseado em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), aponta que 49 pessoas foram assassinadas em assaltados envolvendo bancos em 2011, ante as 23 mortes registradas em 2010. O número representa uma média de quatro mortes por mês.
São Paulo lidera o ranking dos Estados com o maior número de vítimas nos assaltos a bancos. O total de mortes na cidade saltou de cinco para 16, o que representa crescimento de 220% na evolução de 2010 para 2011.
Em segundo lugar, aparece o Rio de Janeiro que registrou nove mortes. Em 2010, foram três. Na sequência aparecem empatados os Estados de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul com quatro mortes cada um.
“Saidinha de banco”
Em 2011, a principal ocorrência foi o crime conhecido como “saidinha de banco”, que provocou 65,31% das mortes. O número de vítimas fatais subiu de 10, em 2010, para 32, em 2011. Foram registradas ainda mortes em assalto a agências (5), assalto a correspondentes (5), abastecimento de caixas eletrônicos (2), transporte de valores (2), assalto a caixa eletrônico (2) e assalto a PAB (1).
A pesquisa revela ainda que as principais vítimas são os clientes. Na comparação entre 2010 e 2011, o número de mortes subiu de 12 para 30, um crescimento de 150%. Quase todos foram assassinados em “saidinhas de banco”. Oito vigilantes, seis transeuntes, um bancário e quatro policiais também foram vítimas em assaltos a bancos.
Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes refletem, sobretudo, a carência de investimentos dos bancos para prevenir assaltos e sequestros. Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos que operam no país apresentaram lucros de R$ 37,9 bilhões de janeiro a setembro de 2011. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 1,9 bilhão, o que significa 5,2%, em média, na comparação com os lucros.
Fonte: Uol