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» Orientadores de clientes fazem papel de vigilantes no shopping Barra

Funcionários contratados como ‘orientadores’ afirmam que fazem segurança sem treinamento adequado
Eles têm pinta de segurança, farda de segurança e função de segurança. Só falta eles serem, de fato, seguranças. Os cerca de 180 homens de branco do Shopping Barra, onde na segunda-feira ocorreu um assalto a uma joalheria, são, oficialmente, “orientadores de clientes”. A verdadeira função, aliás, está descrita em seus próprios crachás.
Eles têm pinta de segurança, farda de segurança e função de segurança. Só falta eles serem, de fato, seguranças. Os cerca de 180 homens de branco do Shopping Barra, onde na segunda-feira ocorreu um assalto a uma joalheria, são, oficialmente, “orientadores de clientes”. A verdadeira função, aliás, está descrita em seus próprios crachás.

Eles têm pinta de segurança, farda de segurança e função de segurança. Só falta eles serem, de fato, seguranças. Os cerca de 180 homens de branco do Shopping Barra, onde na segunda-feira ocorreu um assalto a uma joalheria, são, oficialmente, “orientadores de clientes”. A verdadeira função, aliás, está descrita em seus próprios crachás.

“Peraí que vou dar um jeito de virar o crachá”, disse um dos que fazem papel de segurança do shopping, com receio de que as câmeras flagrassem a conversa com o CORREIO. “Tá vendo? Agora me diga. Tá certo isso?”.
Eles denunciam que o shopping faz isso para pagar um piso muito menor do que sua função exige. Segundo revelaram, cada um não recebe mais do que R$ 570 por mês.

A situação se refere à maioria dos homens que trabalham com vigilância no Barra. Para o cargo de “orientador de clientes”, garantem os funcionários, o shopping sequer exige curso de vigilante.

“Alguns têm o curso em empresas especializadas, outros não. A Polícia Federal tinha que bater aqui”, bradou um dos vigilantes, que se refere à PF por esta ser responsável pela liberação e fiscalização desse tipo de serviço. “O vigilante de verdade tem o carimbo da PF na carteira de trabalho”, explica.

Números Procurado, o shopping informou, por meio de sua assessoria, que não vai mais se manifestar sobre o assalto à joalheria, nem quis dar qualquer detalhe sobre o treinamento ou o sistema de contratação de seus seguranças. Além disso, a assessoria também não quis informar números do quadro de funcionários.

Os homens e mulheres de farda branca têm contrato ‘orgânico’ com o shopping, ou seja, são contratados diretamente pelo Barra, sem estar ligados a qualquer empresa especializada em segurança.

Eles próprios calculam que há cerca de 180 “orientadores” trabalhando. Além deles, seguranças, de fato, só os seis supervisores – que andam de blazer preto pelos corredores – e mais seis ou sete homens que trabalham à paisana.
desabafo Ontem, dois dias depois de homens disfarçados invadirem a joalheria e conseguirem fugir, a maioria dos seguranças do shopping preferiu o silêncio. “O encarregado da segurança passou aqui e proibiu a gente de falar”, explicou um segurança.

Mas houve quem desabafasse. “Somos acionados por qualquer problema de roubo ou furto nas lojas. Mesmo desarmados, corremos atrás de ladrões, encaramos pivetes e sacizeiros. Acompanhamos até os carros-fortes que estacionam no shopping. Como é que somos orientadores? Tá de brincadeira, né?”, diz um experiente segurança, que parece cansado da situação.

Depois do assalto, chegou-se a especular sobre o uso de armas de fogo pelos vigilantes daqui para frente. Mas os funcionários ouvidos pelo CORREIO se mostram contra. “A não ser que sejam armas não letais. Ou, no máximo, um grupo restrito e bem preparado”, sugeriu um deles.

O presidente da Associação de Logistas do Shopping Barra disse que não há necessidade de melhorias na segurança. Júlio Rêgo defende que tudo não passou de um caso isolado. “Em 25 anos, foi o primeiro caso grave”, afirmou, esquecendo que em 31 de janeiro deste ano, um homem foi baleado por um policial civil dentro do shopping, próximo aos banheiros da praça de alimentação. O tiro que o policial Paulo Antônio Veiga, que trabalha na 11ª Delegacia (Tancredo Neves), acertou no pé de Adilson Mota Barbosa, 25, provocou pânico. Na ocasião, o policial foi detido por seguranças do shopping e entregue a PMs.

Ao lado do shopping, há um posto da Polícia Militar com um carro. A unidade tem um telefone de contato direto com o shopping. Mesmo assim, os PMs que trabalham no local afirmaram que, no dia do assalto à joalheria, não foram acionados a tempo de capturar os bandidos.

Fonte: Correio Notícias



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