Agentes de uma empresa de segurança privada de Dourados podem estar envolvidos no ataque à comunidade Kaiowá Guarani, em Aral Moreira, ocorrido na sexta-feira passada. Na ação, o cacique Nísio Gomes, de 59 anos, teria sido baleado pelos agressores. Ele está desaparecido desde o dia do atentado. A PF (Polícia Federal) informou que sete pessoas invadiram o acampamento Tekoha Guaiviry em três veículos e vitimaram três indígenas.
As investigações estão sendo feitas pela delegacia de Ponta Porã, com apoio da Superintendência, de Campo Grande. Pelo menos três delegados comandam os trabalhos, que são acompanhados pelo MPF (Ministério Público Federal). Os federais realizaram incursões na região onde aconteceu o ataque e recolheram oito cápsulas de munição não-letal. Seis delas tinham sido deflagradas e duas estavam intactas.
Os investigadores já sabem que pelo menos três dos agressores portavam armas longas. Eles chegaram ao acampamento em três veículos de grande porte – provavelmente caminhonetes. Ao todo, três índios foram vitimados, dentre os quais o cacique Nísio, o único que ainda está desaparecido. Com base nos depoimentos, a polícia também descobriu que o líder indígena foi retirado do acampamento com vida. O caso não é tratado com assassinato, mas desaparecimento.
Informações extra-oficiais apontam para a possível participação de agentes de uma empresa de segurança privada, com sede em Dourados, no ataque à comunidade indígena. Eles teriam sido contratados pelo dono de uma das fazendas da região. Mesmo assim, a Polícia Federal não confirma essas informações e alega que não há nada de novo a ser divulgado.
Outra informação negada pelos federais diz respeito à prisão, no Paraguai, de um homem que teria participado da ação no acampamento Tekoha Guaiviry. A notícia foi veiculada em parte da mídia sul-mato-grossense e dava conta da detenção de um dos envolvidos na agressão contra os Kaiowá Guarani.
Segundo a polícia, nenhum envolvido no atentado foi detido até o momento e o caso ocorrido no país vizinho não possui qualquer relação com o acontecido em Aral Moreira.
O Ministério Público Federal também não se manifestou quanto ao caso. A assessoria do procurador Thiago dos Santos Luz, responsável pelos trabalhos na região, informou que não está autorizada a passar qualquer informação sobre o andamento das investigações.
Fonte: Diário MS – Corumbá/MS