A empresa multinacionalde segurança Prosegur foimultada em R$ 40.080,39 por descumprir as regras estabelecidas pela Lei Federal nº7.102/83 e outras normas desegurança, durante a 89ª reuniãoda Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada(CCASP) do Ministério da Justiça, sob coordenação do Departamento de Polícia Federal, ocorrida na última quarta-feira, dia30 de março em Brasília. A CCASP analisou 13 processos envolvendo a empresa. Apenas dois foram arquivados. A filial de Manaus, sozinha, foi alvo de 13 penalizações, por infrações que vão do não fornecimento de coleteà prova de balas para os vigilantes até o não fornecimento de armamento para trabalhador em instituição bancária ou fornecimento de arma em péssimas condições de conservação.
Para o presidente da CNTV, José Boaventura, o grande número de processos concentrados numa única empresa revela a pouca atenção da Prosegur com a segurança de seus funcionários. “Deixar defornecer colete, por exemplo, é uma falta de respeito com a vida do trabalhador. Sem o colete, a vida do vigilante corre um risco absurdo. E para quê? Para economizar uns trocados?”, questiona. Outra irregularidade punida pela Comissão foi a falta de sistema de comunicação no carro de Transporte de Valores. “O carro até tinha o equipamento, mas ele não funcionava”, relata Boaventura, que participou da reunião como representante dos vigilantes. A CNTV uniu-se em outubro do ano passado à mobilização dos trabalhadores pela assinatura de um acordo global com a multinacional espanhola.
O objetivo é unificar as condições de trabalho, conquistase direitos nos países onde a Prosegur está presente. Atualmente, a Prosegur tem cerca mais de 600 filiais sespalhadas em são treze países: Argentina, Brasil , Chile , Colômbia, Espanha, França, Itália, México, Paraguai, Peru, Portugal, Romênia e Uruguai. No Brasil, a empresa está presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas , Bahia , Espírito Santo, Goiás, Maranhão,Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Riode Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal. A proposta de um acordo global foi apresentada pela UNI-Sindicato Internacioanal dos trabalhadores da área de prestação de serviço, no qual o setor de segurança privada está organizado em rede mundial – à alta direção da Prosegur em fevereiro do ano passado, mas até hoje não há uma resposta concreta.“Existe uma má vontade da Prosegur em resolver o problema”, afirma Boaventura. Ele lembra que a direção da empresa argumenta que o acordo global dependeria do aval de cada contratante.“Enquanto isso não se resolve, o trabalhador é penalizado, conforme ficou claro como grande volume de processos analisados pela CCASP” ,conclui.