LONDRES — A capital olímpica começa a viver nesta quarta-feira o primeiro de três dias de testes decisivos antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Logo pela manhã, entram em operação os 50km de faixas exclusivas de trânsito para a família olímpica, algo que tem tirado o sono de motoristas, pedestres e até das autoridades de transporte. Uma maciça campanha de informação nos jornais, no rádio e na internet tem conclamado os londrinos a evitar dirigir nas áreas olímpicas.
Mas não é só: funcionários do controle de passaportes confirmaram a grave geral, marcada para amanhã, na principal porta de entrada, o Aeroporto de Heathrow, prometendo levar o caos na véspera da festa de abertura. E no dia da festa, os maquinistas do metrô ameaçam parar, depois de já terem garantido mil libras de bônus pelo trabalho extra. O megaevento se tornou de moeda de troca para reivindicações de categorias que deflagraram movimentos trabalhistas nos últimos meses, em busca de melhores condições. A greve de 24 horas dos funcionários do controle de passaportes, marcada para a véspera da cerimônia de abertura, é a paralisação mais polêmica. Vinte por cento da categoria votou pela paralisação, mas 57,2% dos agentes apoiam a decisão do sindicato, que reclama do corte de pessoal e das mudanças nas aposentadorias. — A vida dos funcionários piorou e se tornou intolerável com esses cortes. Estamos num ponto de rompimento total — defendeu o secretário-geral do sindicato da categoria, Mark Serwotka. Taxistas ameaçam paralisação Motoristas de táxis — os famosos Black Cabs — também ameaçam com uma paralisação no dia da cerimônia de abertura (sexta-feira) caso não lhes seja permitido trafegar na faixa olímpica, reservada aos ônibus e veículos da família olímpica. Semana passada, cerca de 200 motoristas bloquearam o tráfego na Praça do Parlamento e fizeram um buzinaço na região de Westminter, protestando contra a decisão da prefeitura de Londres e da ODA, a equivalente à Autoridade Pública Olímpica. Segunda-feira passada, fizeram outro buzinaço na Tower Bridge. Os motoristas ficaram furiosos ao saberem que ministros e políticos poderão usar, a partir desta quarta-feira, as faixas exclusivas — apelidadas de Zil, em alusão ao tratamento especial dado às limusines Zil dos altos funcionários da antiga União Soviética — reservadas para 4 mil BMWs e 1.500 ônibus que transportarão membros da família olímpica. Nesta terça-feira, mais 1.200 militares foram colocados em ação para reforçar a segurança dos Jogos, aumentando o efetivo extra do Exército em cinco mil homens, por causa da crise provocada pela empresa G4S. Vencedora de uma concorrência de 280 milhões de libras (R$ 888 milhões), a empresa não conseguirá entregar nem mesmo sete mil dos dez mil homens que havia assegurado em contrato para ajudar nos serviços de controle de entradas em instalações olímpicas. Segundo o diretor executivo do Comitê Organizador, Paul Deighton, a decisão de apelar para a convocação de mais militares é a maneira encontrada de evitar mais surpresas desagradáveis promovidas pela G4S. — Foi uma grande decepção. Fechamos contrato com a maior empresa de segurança privada do mundo, que tem nosso governo como maior cliente. Eles nos garantiram entregar dez mil seguranças, mas não conseguiram entregar cinco mil — disse Deighton. — A empresa mostrou não ser confiável. Exército e polícia serão reembolsados Deighton admitiu que os militares são mais bem treinados e que passam maior segurança a quem entra no Parque Olímpico. Todos os funcionários da G4S já foram substituídos nos acessos do Parque por soldados. Diretor-executivo da G4S, Nick Buckles admitiu que sua empresa causou uma “confusão humilhante” para os britânicos e prometeu reembolsar Exército e polícia pelos homens a mais que foram obrigados a disponibilizar. Outros 9,5 mil policiais do serviço metropolitano integram o plano de segurança dos Jogos, monitorando regiões mais movimentadas de Londres e áreas externas e internas do Parque Olímpico. Eles circulam em duplas até pelo interior do Shopping Westfield, o maior da Europa e vizinho ao Parque. |
Fonte: O Globo Online |
» Trânsito, segurança e greves põem à prova ajustes para Jogos
fev 23, 2015Sindvalores SindicatoNotícias
Previous Post» União gasta com vigilância mais do que investe em saúde
Next Post» Cabo baleado em assalto estava fazendo bico de segurança, diz PM